"Na noite do passado"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 26/07/2022
Horário 06:00

Um dos grandes filmes que falam sobre a perda de memória: “Na Noite do Passado” (Random Harvest), de 1942, dirigido por Mervyn LeRoy para a Metro-Goldwyn-Mayer. O veterano de guerra Charles Reinier (Ronald Colman) perdeu toda a sua memória antes do conflito. Ele se apaixona pela bela corista Paula (Greer Garson), com quem se casa. Num acidente, um carro o atinge e ele perde toda a memória da vida com Paula e recupera a do passado, retomando sua vida anterior. Paula tenta reencontrar o marido e fazê-lo lembrar de seu casamento. Um melodrama de sucesso à época, com elenco de gabarito que obteve sete indicações ao prêmio Oscar. Um filme envolvente e apaixonante com vários ganchos folhetinescos que prendem atenção ainda hoje. 
    
“Fosfatidilserina e memória”

Não há um medicamento milagroso para memória. Que turbine o cérebro a ponto de evitar episódios de esquecimentos ou ficarmos magicamente com facilidade em reter fatos e informações. As funções cognitivas são processos intelectuais do sistema nervoso central que trabalham em conjunto para que possamos adquirir novos conhecimentos e criar interpretações, e dentre as principais funções cognitivas se destacam a atenção, percepção, memória, pensamento, linguagem e aprendizagem. Um intrincado conjunto de conexões celulares e reações químicas multifatoriais está envolvido nestes processos, não havendo, portanto, um combustível único eficaz para turbinar a cognição. O sistema nervoso depende para seu adequado funcionamento de uma oferta equilibrada e constante de diversos micronutrientes. A célula nervosa tem sua membrana caracterizada por uma dupla camada lipídica (gorduras) com componentes proteicos e glicoproteicos atuando como receptores, canais porosos e sinalizadores. Os lipídeos que formam essa membrana são fosfolipídeos, sendo a fosfatidilserina um deles. Ela contribui para as propriedades físicas e estruturais da membrana da célula nervosa. É também útil na sinalização e na transdução de sinal, participando da regulação de respostas celulares, tais como: secreção de proteínas, proliferação celular, resposta inflamatória, processo de apoptose (morte celular) e liberação de mediadores químicos. Desta forma, a fosfatidilserina participa de diversas funções relevantes para a estrutura, funcionamento e longevidade das células neuronais e devido ao conjunto de propriedades já demonstradas por meio de suplementação, a agência Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, tem uma alegação qualificada de saúde, aprovada para o uso de fosfatidilserina como suplemento com o objetivo de reduzir o risco de declínio cognitivo e demência em idosos. O Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida, da Faculdade de Medicina da USP, salienta que a fosfatidilserina poderia ajudar na restauração da liberação adequada de acetilcolina, melhorar a comunicação interneuronal e regular a densidade de receptores de memória (NMDA) que se encontram diminuídos com a idade. A fosfatidilserina tem feito parte de vários compostos farmacêuticos, associados ou não a outros nutrientes com importantes ações nas funções cognitivas: magnésio, vitamina B6 (piridoxina), triptofano, arginina, metilfolato de cálcio, colina, niacina entre outros. 

Dica da Semana

Filmes – Streaming 

“100 Dias com Tata”:
(“100 Days With Tata”). Durante a pandemia da Covid-19 o ator espanhol Miguel Angél Muñoz documenta mais de 100 dias morando com sua tia-bisavó Tata que vira uma celebridade do Instagram. Indiretamente os vídeos nos dão lições sobre fragilidade e finitude. Um filme-doc que é essencial para quem lida com gerontologia ou simplesmente para aprender a conviver com idosos. Emocionante. 


 

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