"Ninguém crê em mim"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 21/03/2023
Horário 06:40

Uma pequena pérola dos filmes policiais norte-americanos das décadas de 1940-50, foi este esquecido filme chamado “Ninguém Crê em Mim” (No original: “The Window”), dirigido em 1949 por Ted Teslaff. O filme foi estrelado pelo então astro infantil Bobby Driscoll, contratado pelos estúdios Disney e emprestado para esta produção. Na trama, Tommy (Driscoll) é um garoto falastrão que vive inventando histórias mirabolantes e em determinado dia de muito calor, ele pede aos pais para dormir no terraço do apartamento. Então ele assiste ao assassinato de um homem cometido por um casal pela janela do prédio em frente. Ele corre avisar os pais, mas eles não acreditam nele. Ele também avisa a polícia, que também acha que é invenção. Sua mãe o obriga então a pedir desculpas pelo casal, e ele sabe que passa a ser o alvo da dupla. No elenco: Arthur Kennedy, Barbara Hale e Ruth Roman. 
    
“A mortalha de Zilka”

Dona Zilka era uma mulher prática. Não se deixava abater por sensibilidades e sempre resolvia tudo na vida de forma rápida e necessária. Não que não tivesse sofrimentos, e talvez por tê-los tido em profusão, ela decidiu lá nos seus idos de juventude que nada iria lhe abater. O marido morreu cedo (Graças a Deus, segundo ela, porque se livrou de um beberrão a lhe atormentar a vida), arregaçou as mangas e cuidou dos quatro filhos sozinha, fazendo de tudo que aparecia, lavava roupa, fazia pão no forno de barro, fazia faxina, e até geladinho para vender na porta de escola. Seus filhos foram tratados na rédea curta e afetuosa, da mãe que aconchega e dá bronca ao mesmo tempo. Todos viraram gente boa, com diferenças de personalidade, mas com o reconhecimento afetuoso da importância da mãe. A mãe foi sempre o porto seguro por quem todos procuravam na hora do sufoco: dívidas, separações, doenças, partos, mudanças. Dona Zilka era a popular mão na roda. Até hoje com quase 90 anos, teve a sorte de manter a saúde no seu corpo miúdo, e faz sua própria comida, arruma seu quarto, dá um jeito no quintal. Ela não foi morar com ninguém, uma das filhas é que foi morar com ela ao se separar. Prática, sabe o que pode comprar com seu dinheiro e não fica de sonhos e planejamentos futuros. Nem dá muita bola para o passado. Quer saber do hoje e o amanhã que lhe couber. Precavida, já cuidou da sua própria morte. Já comprou sua sepultura, já pagou o seu funeral e já escolheu a sua mortalha. Para quem não sabe, mortalha é a túnica que se envolvia as pessoas falecidas no passado. A dela é azul, uma mistura de hábito de freira com roupa de coroinha de Igreja, denunciando sua religiosidade católica. As filhas se incomodavam com tal peça pendurada no guarda-roupas, mas ela fazia questão de mostrar com orgulho a bonita mortalha que envolveria seu corpo depois da morte. Sem sofrimentos ou medos. Indomável Dona Zilka. 

Dica da Semana

Filmes / Streaming

“Tirando o atraso”:
Direção: Dan Mazer. 2016. Com Robert de Niro e Zac Efron. Um senhor aposentado, um ex-general do exército (Robert de Niro) viaja com o neto (Zac) até a Flórida para ele se casar com uma moça superconservadora. Mas o ex-general é um senhor idoso pervertido, que quer tirar o atraso durante a viagem com badalações com muitas mulheres. 


 

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