"O Bofe"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 12/04/2022
Horário 06:30

A expressão O Bofe hoje é utilizada para designar um rapaz forte e bonito, mas na década de 70, era o inverso: um homem rústico e não desejável. “O Bofe” serviu de título para uma novela experimental levada ao ar em 1972 às 22h pela Rede Globo escrita pelo autor Bráulio Pedroso, em estilo anárquico sem um protagonista absoluto, mas com várias histórias de destaque. Contava a história do mecânico Dorival (Jardel Filho) que se fingia de rico e ia paquerar na praia de Ipanema, assim como Guiomar (Betty Faria) que era uma cabeleireira da zona Norte e se fingia de madame da zona sul. Um dava o golpe no outro, sem desconfiar que ambos for pobretões. Era a história também de Demétrius, o Grego (Cláudio Marzo), um mecânico barbudão que gostava de filosofar, e Maneco (Cláudio Cavalcanti), o sobrinho que tentava dar cabo da tia rica (Zilka Salaberry). Tinha também a velha Stanislava (Ziembinsky) que se embebedava de xarope e sonhava com um trapezista russo (Jardel Filho). Dentre tantas loucuras, o personagem Bandeira (José Wilker) morreu de tanto rir. Muita modernidade para a época, e o sucesso acabou não acontecendo. 
    
“Síndrome do entardecer na doença de Alzheimer

A síndrome do entardecer também chamada de síndrome do pôr do sol ou crepúsculo em pacientes demenciados pela doença de Alzheimer é uma condição não rara e difícil de lidar na evolução desta enfermidade. O período do final da tarde e o início da noite podem determinar em tais pacientes agitação, inquietação, irritabilidade, piora da desorientação de tempo e de espaço, levando a sofrimento para eles e para seus cuidadores. Esta agitação pode persistir no período noturno, dificultando o repouso e a ida para a cama do doente, afetando o descanso de seus cuidadores após um dia extenuante. As causas da síndrome do pôr do sol também não têm explicações completamente esclarecidas: pode ocorrer uma desestruturação do relógio biológico provocado pelas próprias manifestações da doença de Alzheimer, interferindo no ciclo natural de vigília e de sono dos pacientes. Pode ocorrer influência também de depressão, dor, tédio, necessidades não satisfeitas como sede ou fome. Nem sempre é fácil lidar com ela, mas algumas estratégias podem ser eficazes: 1) Reduzir o barulho, bagunça ou pessoas na casa; 2) Tente distrair a pessoa com seu petisco, objeto ou atividade favorito; 3) Torne o final do dia, uma hora de silêncio, coloque uma música suave ou saia para uma caminhada; 4) Feche as cortinas ou persianas para minimizar sombras e acenda as luzes para deixar os ambientes claros; 5) Não deixar as sonecas do dia muito próximas ao final da tarde; 6) Não servir cafés, refrigerantes ou bebidas alcóolicas para o paciente durante a tarde; 7) Sair de casa durante o dia para expor à luz clara e ajudar no relógio biológico; 8) Evitar excesso de atividades no mesmo dia, para evitar o cansaço; 9) É muito comum o idoso não reconhecer a própria casa. Tente mostrar o seu quarto, as suas roupas, os seus objetos para convencê-lo de que ele está sim na própria casa. Caso não dê resultados, procure dar uma volta com ele de carro ou a pé no quarteirão, pois ao retornar, há a tendência de reconhecer o próprio endereço. Nem sempre vai ser possível controlar e será necessário auxílio médico e medicamentoso. 

Dica da Semana

Livros

“Em Busca da África: Pretitude e Modernidade”
Autor: Manthia Diawara. Editora Zahar. O autor é um crítico e cineasta malinês e faz um relato de viagem onde voltar à África, representa mais do que uma volta literal a um continente chamado África, é uma metáfora de ser negro no mundo moderno. Ele discorre sobre a política local, literatura e música, cinema e artes plásticas.


 

Publicidade

Veja também