"O céu pode esperar"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 30/11/2021
Horário 06:30

“O Céu Pode Esperar” foi uma comédia de 1978 e um dos filmes de maiores bilheterias do ano, dirigido e estrelado por Warren Beatty. Na trama, ele faz Joe Pendleton, um famoso jogador de futebol americano, que morre acidentalmente décadas antes da data programada. Quando ele chega ao céu, o erro é percebido, mas seu corpo foi cremado, e a única forma de corrigir a injustiça é mandá-lo de volta no corpo de outro homem. Ele volta na pele de industrial que tinha sido assassinado pela esposa (Julie Christie) e seu amante, mas como ninguém ainda havia descoberto o corpo, Joe assume a vida dele. A esposa fica chocada ao ver que o marido não morreu e estranha o novo comportamento do ricaço, mas acaba se apaixonando por ele. O filme, na verdade, é uma regravação de um clássico de 1941 com Robert Montgomery: “Que Espere o Céu” (Here Comes Mr. Jordan). O sucesso foi tão grande que gerou uma sequência com Rita Hayworth em 1947 (“Quando os Deuses Amam”), com os mesmos personagens coadjuvantes. Também foi feita uma regravação em 2001 com o mesmo título nacional, (original: “Down to Earth”) e estrelado por Chris Rock, com menos graça e sucesso. 

“Medo ou pena de morrer”

Quando a apresentadora Hebe Camargo estava enfrentando o tratamento de um câncer, um repórter perguntou a ela, se tinha medo de morrer e sua resposta foi: “Não tenho medo de morrer. Tenho peninha”. Esta resposta é extremamente verdadeira para a maioria das pessoas. Quando se envelhece e a morte fica estatisticamente mais próxima, não necessariamente a pessoa vai ficando apavorada com a possibilidade da morte. A sensação maior é de vazio, de querer aproveitar mais, de ficar curtindo mais o imenso prazer da vida. Parece uma grande bobagem ficar perdendo tempo com pensamentos de preocupação com algo que é de inquestionável e absoluta certeza, enquanto deixamos escorrer minutos e dias de poder viver. Ter pena de morrer representa na verdade, ter dó de deixar de aproveitar de cada minuto de vibração, de acontecimentos simples, de momentos bons e de dias felizes ou em paz. Todo mundo diz que se pudesse escolher, ia querer morrer dormindo: isto é indicador de que o nosso maior medo não é de morrer, é de sofrer, de ficar dependente, de “dar trabalho” para as pessoas que amamos. Muitos não terão escolha e passarão por dias tenebrosos e sofridos, ou de dependência e sensação de vida pela metade: mas mesmo assim estas situações trazem condições de momentos propícios de alívio, de regozijo, ou de simples aceitação. Todos nós partiremos, portanto, não há porque ficar planejando antecipadamente essa viagem sem destino. Por mais que estejamos amparados em preceitos de fé e religião, a celebração da vida é superior do que a esperança após a morte. Melhor é ir viver sem se preocupar com os grãos que ainda faltam na ampulheta. Cada garfada de comida, cada inspirada plena de ar nos pulmões, cada emoção sentida indicam que temos um caminho a seguir. Continua sendo uma pena morrer, mas pena maior é não viver.

Dica da Semana

Televisão 

Elenco maduro de “Quanto Mais Vida, Melhor”: 
Com o mesmo tema da segunda chance do filme “O Céu Pode Esperar”, a nova novela global das 19h de autoria de Mario Wilson traz história parecida e vem com elenco repleto de atores experientes como Elizabeth Savalla (Nedda), Jussara Freyre (Tuninha), Ana Lúcia Torre (Celina), Marcos Caruso (Osvaldo), Zezeh Barbosa (Tetê), Tato Gabus (Daniel) e Stepan Nercessian (Edson). A conferir. 
 

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