Joaquim José da Silva Xavier morreu a 21 de abril pela independência do Brasil. Assim começa "Exaltação a Tiradentes" - ou simplesmente "Tiradentes" -, o belo samba-enredo composto por Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado. Com este samba-enredo, considerado um dos melhores de todos os tempos, a Escola de Samba Império Serrano sagrou-se campeã do Carnaval carioca em 1949.
Elis Regina, para muitos a maior cantora do Brasil, também gravou "Tiradentes" e, na hora de gravar, botou, penso eu, o coração na boca. Emocionante a interpretação da "Pimentinha". É um samba melódico e cadenciado, que homenageia um grande herói e agrada muito.
E Tiradentes não agradava a rainha Dona Maria I, conhecida como a "Louca", que veio morar no Brasil com a família real perseguida por Napoleão na Europa. Ele uma pedra na tamanca da coroa portuguesa. Dentista e soldado da Polícia Militar de Minas Gerais, Joaquim José queria um Brasil independente, livre da exploração e dos saques dos portugueses, que, aliás, afanaram muito ouro extraído em Minas Gerais.
Líder da Inconfidência Mineira, ele foi condenado à morte pela doidona Maria I, que boa bisca não era. Pois é, uma louca condenou um grande homem, tido por muitos como o único grande herói brasileiro. É triste lembrar que para certos idiotas, na atualidade, heróis são torturadores e assassinos, mas esta é outra história e vamos em frente que atrás vêm os credores.
Tiradentes foi denunciado pelo dedo-duro Silvério dos Reis, mas, pensando bem, convém lembrar que esse FDP sempre foi "dos Reis", como deixa claro o sobrenome dele. É uma ironia cruel o sobrenome desse delator, um canalha de grife.
Depois de ser enforcado, vilipendiaram o corpo de Tiradentes, como todos já leram nos livros de História. Ele foi esquartejado e colocaram sal nas partes. Também salgaram o chão de sua casa em Ouro Preto. Confesso a minha ignorância: o que significa esse ritual macabro de colocar sal num corpo e de salgar o piso de uma residência?
Fico a imaginar: e se Tiradentes fosse nosso contemporâneo? Não se enganem: ele estaria em maus lençóis. Afinal, era patriota e nacionalista, virtudes raras hoje em dia. Joaquim José não aceitaria, por exemplo, a venda de lotes do Pré-Sal a preço de banana(quase que escrevo doação)para as petroleiras americanas e de outros países.
Se chiasse, como bom nacionalista, o Trump botaria a CIA em seu encalço ou em seus calcanhares. E com o apoio dos entreguistas patrícios. Não se iludam, minhas caras e meus caros: sempre foi assim no nosso amado Brasil varonil e em outras nações.
Na parte final do samba "Tiradentes", um verso diz que "esse grande herói pra sempre deve ser lembrado". Justa homenagem a um dos maiores brasileiros de todos os tempos, "que não traiu jamais a Inconfidência de Minas Gerais", como lembram Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado.
DROPS DE TIRADENTES
Se dez vidas tivesse, dez vidas eu daria(para lutar pela independência do Brasil).
Se todos quiséssemos, poderíamos fazer deste País uma grande nação. Vamos fazê-la!
Esta terra há de ser um dia maior do que a Nova Inglaterra.
O papel mais arriscado, quero para mim.