O Menino que Chupou a Bala Errada

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor da troca de favores... no bom sentido

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 30/10/2020
Horário 05:30

Crônica de Stanislaw Ponte Preta - homenagem

Diz que era um menininho que adorava bala e isto não lhe dava qualquer condição de originalidade, é ou não é? Tudo que é menininho gosta de bala. Mas o garoto desta história era tarado por bala. Ele tinha assim uma espécie de ideia fixa, uma coisa assim… assim, como direi? 
Ah… creio que arranjei um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a mesma loucura que o Sr. Lacerda tem pelo poder (NR: Carlos Lacerda, político do RJ).
Vai daí um dia o pai do menininho estava limpando o revólver e, para que a arma não lhe fizesse uma falseta, descarregou-a, colocando as balas em cima da mesa. O menininho veio lá do quintal, viu aquilo ali e perguntou pro pai o que era: – É bala – respondeu o pai, distraído.
Imediatamente o menininho pegou diversas, botou na boca e engoliu, para desespero do pai, que não medira as consequências de uma informação que seria razoável a um filho comum, mas não a um filho que não podia ouvir falar em bala que ficava tarado para chupá-las.
Chamou a mãe (do menino), explicou o que ocorrera e a pobre senhora saiu desvairada para o telefone, para comunicar a desgraça ao médico. Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá, em seguida. 
Era um velho clínico, desses gordos e bonachões, acostumados aos pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o menininho e esclareceu que nada de mais iria ocorrer. 
Mas a mãe estava ainda aflita e insistiu: – Mas não há perigo de vida, doutor?– Não – garantiu o médico: – Para o menino não há o menor perigo de vida. Para os outros talvez.
 – Para os outros? – estranhou a senhora. – Bem… – ponderou o doutor: – o que eu quero dizer é que, pelo menos durante o período de recuperação, talvez fosse prudente não apontar o menino para ninguém.

DROPS DO STANISLAW

Carro é como mulher, bom pra quem tem dois.

Nem o diabo entende de mulher. Se entendesse não teria chifre nem rabo.

Ou restaure-se a moralidade ou todos se locupletem.

O sol nasceu pra todos e a sombra pra quem é vivo
 

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