Páscoa

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor da rabada e da rabanada

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 09/04/2023
Horário 05:30

Hoje é domingo de Páscoa, o dia que marca o fim da Quaresma e, principalmente, a subida de Jesus Cristo ao céu, de acordo com os textos bíblicos. Mas muita gente não está preocupada com a condição humana ou sobre qualquer reflexão sobre o significado da Páscoa. Filosofar numa hora dessas, cronista cara-pálida?
O pessoal está mais interessado na bacaolhada a ser consumida com gosto neste dia. Mas a "iguaria" não é para quem quer. É para quem pode pagar até mais de R$ 200 por uma peça de bacalhau do Porto. Pobre não come bacalhau do Porto e nem de outros portos. Também não bebe vinho do Porto.
Falei de bacalhau do Porto, mas na verdade é bacalhau da Noruega, cujo preço é mais salgado do que o próprio peixe, como este ínclito e ilustre cronista mencionou acima. Tem muita imitação de bacalhau no mercado e ouvi dizer que certos peixes, uma vez salgados, viram bacalhau. Ou seja: consumidores incautos pagam menos e levam gato por lebre, como se dizia em outros tempos menos bicudos.
E os ovos de Páscoa? Li aqui no O Imparcial que os preços subiram 18%, mas é o tal negócio: para manter a tradição gasta-se um pouco a mais e tome de ovo de Páscoa. E tome de bacalhau, como é óbvio. Ironia: os ovos de Páscoa ficam expostos no teto em um espaço dos supermercados. É lá onde também estão os preços do produto.
Mais de 33 milhões de brasileiros passam fome, o que é inaceitável. É bem verdade que o marido da Janja prometeu implementar ações para pôr comida no prato de quem não tem o que comer. São pessoas na situação de insegurança alimentar. Podem até almoçar, comendo alguma coisinha, mas não sabem se vão jantar.
Tudo indica que esses patrícios um dia também terão um almoço de Páscoa com bacalhau do Porto e ovos de grandes marcas. O Brasil é grande demais e seu povo também é grande. Merece morar bem e, principalmente, comer bem e um bacalhau cai bem não só na Páscoa como também em qualquer data festiva. O mundo é uma festa. Se não é, deveria ser e tenho dito, dona Dita (alguma Benedita leu a coluna?).

P.S.: E pensar que bacalhau já foi comida de pobre no Brasil.

DROPS

O marceneiro consertou o móvel e saiu do armário.

Perguntinha: a Globo virou uma máquina de moer jornalistas? Demitir o Marcelo Canellas é o fim da picada.

Não deixe para amanhã o que pode fazer agora.

Fiado só depois de amanhã.

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