Na manhã de ontem (5), o auditório da Santa Casa de Presidente Prudente foi palco de uma importante reunião entre o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo, Edson Rogatti, e representantes de instituições hospitalares de toda a região. O encontro abordou as principais demandas do setor, reforçando a necessidade urgente de aumento no teto financeiro para atendimentos via SUS (Sistema Único de Saúde).
"Hoje, as Santas Casas atendem muito mais do que são remuneradas. Precisamos que tanto o Ministério da Saúde quanto a Secretaria Estadual aumentem esse limite. A demanda é enorme e não podemos continuar limitados por um teto desatualizado", destacou Rogatti.
Durante o encontro, outro ponto crítico foi a necessidade de ampliação do teto para atendimentos em saúde mental. Rogatti citou o exemplo do Hospital Bezerra de Menezes, que possui 60 leitos ociosos devido à limitação financeira imposta pelo teto vigente. "É inaceitável termos estrutura disponível e não poder usá-la por falta de verba. Vamos levar essa demanda ao secretário de Saúde", afirmou.
Apesar das dificuldades, Rogatti reconheceu os avanços promovidos pelo governo estadual com a criação da Tabela SUS Paulista, que complementa os valores pagos pelo governo federal. Segundo ele, essa iniciativa tem sido a salvação para muitas Santas Casas, permitindo pagamentos até cinco vezes superiores aos praticados pela tabela nacional em alguns procedimentos. "É um exemplo que já inspira outros Estados. Mas ainda é preciso mais: a saúde é cara e exige investimento constante", afirmou.
Rogatti também apontou o atual sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) como um gargalo no atendimento. Ele defendeu a regionalização da regulação, para que pacientes sejam atendidos em suas próprias regiões, evitando deslocamentos longos e desgastantes.
"Não é justo que um paciente de Rosana precise vir a Prudente para fazer hemodiálise. Isso tem que ser resolvido com urgência, e o Estado já está ciente dessa necessidade".
Edson Rogatti afirmou que a federação mantém diálogo constante com o governo estadual e com o Desenvolve SP, banco de fomento paulista. O objetivo é ampliar investimentos e garantir mais qualidade na assistência prestada pelas Santas Casas. “Estamos construindo um modelo de saúde pública referência para o Brasil, com apoio do governador Tarcísio e da Secretaria de Saúde. A meta é chegar a R$ 10 bilhões em investimentos até 2026”.
A reunião em Prudente reforça o protagonismo das Santas Casas no sistema de saúde do interior paulista e a urgência de ampliar o financiamento para garantir atendimento digno, humanizado e acessível a toda a população.
Foto: Sinomar Calmona
Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo: “Tabela SUS Paulista é um alívio, mas ainda insuficiente”