"Programa Carlos Imperial"

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COLUNA - DignaIdade

Data 22/07/2025
Horário 06:30

O “Programa Carlos Imperial” foi uma verdadeira vitrine musical de artistas das discotecas, sendo exibido no auge do gênero, inicialmente em 1978, na TV Tupi, e depois entre 1979-80 na TVS. Exibido todos os sábados às 21h, fixava os sábados às noites como sinônimo de embalo. Literalmente convidava os telespectadores a tirarem o tapete da sala, empurrar os móveis e dançar ao ritmo dos convidados. Carlos Imperial foi um polêmico show-man: produtor, compositor, apresentador, músico, que apresentava o show ao lado de bailarinas, as Lebres do Imperial, sendo que três delas chegaram a formar um grupo musical de discoteca, o Rabo de Saia. Além dos nomes citados, Carlos Imperial recebia diversos outros nomes famosos da época, como Gilberto Santamaria, Patrick Dimon, Dee D. Jackson, Ronaldo Resedá, os Fanks (primeiro nome do grupo Roupa Nova), Painel de Controle. 
    
As rainhas das discotecas
A música disco ou “disco music”, também chamado de discothèque, abrasileirado para discoteca, foi um gênero musical de extremo sucesso na segunda metade da década de 1970, influenciando ritmos, comportamentos e moda, que explodiu a partir dos Estados Unidos e teve seus representantes na música brasileira. Diversos artistas americanos explodiram ao som da disco music, se tornando célebres como Donna Summer, a família Jackson, K.C. and the Sunshine Band, Bee Gees e ABBA, dentre outros diversos nomes. O filme “Embalos de Sábado à Noite” (“Saturday Night Fever”) contribuiu para a popularização do gênero e no Brasil, a novela “Dancin’ Days” tornou o ritmo um fenômeno de vendas com direito a roupas coloridas colantes e meias de lurex. No Brasil, o ritmo se consagrou com o grupo As Frenéticas, que cantava a música título da novela “Dancin’ Days” e o também sucesso “Perigosa”. A negra Lady Zu foi uma das maiores expoentes do gênero, chegando às paradas com a música “A Noite Vai Chegar”. Outra rainha dessa era foi a cantora Sarah (que depois passou a assinar Sarah Regina), que explodiu nas paradas com “Deixe Todo esse Amor Pra Depois” e “Amor Bandido”. Completando a tríade das mais expressivas, estava a adolescente cearense “Miss Lene”, que se apresentava com macacões coloridos e uma pequena touca na cabeça com as músicas “Quem é Ele?” e “Deixe a Música Tocar”. Diversos outros nomes surgiram nessa época como a própria cantora Gretchen, um produto produzido pelo diretor musical Mister Sam. Também foram fenômeno Harmony Cats (inicialmente um quinteto, que rapidamente se tornou um trio com Maria Amélia, Silvinha e Vivian), Juanita (que tinha participado da formação original das Harmony Cats), Brendha, Mary Jo, Bianca, A Patotinha, o grupo Genghis Khan, As Melindrosas e a própria paraguaia Perla que gravava versões do grupo ABBA na época. Também foi de sucesso expressivo a atriz Elizângela que bateu o recorde de compactos vendidos com 1 milhão de cópias de “Pertinho de Você”. Era época de abrir as asas, soltar as suas feras e cair na gandaia. 
 
Dica da Semana

Livros 

“Amor à Música”: 
Autora: Eliete Negreiros. Editora SESC. Coletânea de artigos publicados nas revistas Piauí e Caros Amigos, onde a autora discorre sobre vários nomes fundamentais para a História da Música Brasileira, como Cartola, Paulinho da Viola, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Tom Jobim, Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, dentre vários outros. MPB escrita.  

 

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