"Sebastiana" é novo trabalho do pianista e compositor cearense, Ricardo Bacelar

Ex Hanoi-Hanoi, o arranjador agrega em seu terceiro álbum influências latino-americanas com vários artistas de diversos países, ao repertório brasileiro

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 20/03/2018
Horário 09:47
Divulgação | Pianista, Ricardo diz que participações de artistas de diversos países divulga cultura brasileira
Divulgação | Pianista, Ricardo diz que participações de artistas de diversos países divulga cultura brasileira

Após dois anos de seu último disco, o pianista, compositor e arranjador Ricardo Bacelar apresenta seu terceiro projeto solo, "Sebastiana", em CD, vinil (oferece um instrumental diferente, um charme para valorizar o trabalho) e streaming, no Brasil pela Tratore, além de distribuição internacional também na América Latina, Estados Unidos, Japão e Europa. Ao todo, o trabalho vem com 15 faixas, sendo 11 instrumentais – seguindo o mote do brasileiro que diz que: “Com música de qualidade, é possível divulgar nossa cultura em vários lugares do mundo, ao mesmo tempo. Tralhamos algo de qualidade, que estará presente em mais de 25 países! Um projeto de música brasileira produzido por Cesar Lemos interpretado por vários músicos de outras nacionalidades [Brasil, Estados Unidos, Cuba, Argentina, Venezuela, Colômbia e Peru] com suas influências, ritmos e sotaques diferentes, o que deu muita personalidade ao disco”, destaca o pianista.

Ricardo Bacelar diz que o projeto gravado e mixado nos Estados Unidos em julho de 2017, que está chegando agora às lojas físicas e digitais, traz no título uma homenagem a Jackson do Pandeiro, no ano em que se completa 35 anos de sua partida, com a inclusão de sua voz em duas faixas. “‘Sebastiana’ foi um sucesso na voz dele e ‘The Best Years. A capa do disco é do grande artista modernista Di Cavalcanti, qual tivemos a autorização de sua filha Elizabeth de Cavalcanti. Tudo foi preparado para ficar com a qualidade que merece”, comenta o compositor.

Lançado em fevereiro, Ricardo diz que começará a turnê com dois shows, dias 19 e 20 em Lisboa, Portugal, depois sairá Brasil afora. O compositor comenta que o brasileiro está vivendo um momento difícil, primeiro pela instabilidade política e uma série de outros problemas, como ele menciona dois impeachment, uma Copa do Mundo frustrante...

“Mas, sou uma pessoa que acredita no Brasil e a nossa música é respeitada em todo o mundo. Se Deus quiser passaremos por esse momento difícil de violência, política decepcionante... Para a música não existe idade. E uma coisa que venho observando é que temos público de todas as faixas etárias de 18, 25, 35, 45, 60...”, destaca o instrumentista.

 

Laboratório de arranjos

Ricardo Bacelar que já arranjador conta que realizou um laboratório de arranjos para a fusão de elementos da música latino-americana com a música brasileira. Além disso, fez pesquisa histórica de signos latinos, cujos textos estão nos encartes do CD e vinil.

“São arranjos contemporâneos com forte acento jazzístico, com uma percussão sutil e instrumentação característica que afirmam a influência da América do Sul. A pesquisa é importante, Ouvir para fazer essa fusão. Cheguei ao resultado final feliz porque consegui fazer esse projeto arrojado, mas original. Cada músico traz a sua influência, sua peculiaridade, sua cultura...”, frisa o pianista.

 

Desenvolvimento

Conforme Ricardo Bacelar o repertório de “Sebastiana” foi gestado a quatro mãos por ele, ex-Hanoi- Hanoi e o produtor Cesar Lemos (ex-The Fevers, com discos premiados pela BMI e ASCAP). O ámbum foi gravado no legendário estúdio The Hit Factory (Criteria) e Rebel 11 (Flórida) e traz obras de Luiz Gonzaga e Zé Dantas (“A Volta da Asa Branca”), Gilberto Gil (“Menina Baiana”), Lô Borges e Marcio Borges (“Vento de Maio”), Villa-Lobos (“Ô Mana Deixa Eu Ir”), Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (“Nothing Will Be as It Was”) , Tom Jobim e Vinicius de Moraes (“Somewhere In The Hills”), Ivan Lins e Vitor Martins (“Sambadouro”), Flora Purim, José Roberto Bertrami e Alex Malheiro (“Partido Alto”), Rosil Cavalcanti (“Sebastiana”), duas parcerias com Cesar Lemos (“Suco Verde” e “Sernambetiba”, 1992), e ainda três composições suas (“Parts of me”, “River of Emotions” e “The Best Years”).

 

Arte e Justiça

Como já publicado neste jornal diário, Ricardo que atua em importantes discussões nacionais sobre direitos autorais, incentivo à cultura, é fiel defensor do ensino da música nas escolas. Seu trabalho contra o plágio foi referência para todas as universidades do país.

Estudante de música erudita desde a juventude, ele define a arte como uma condição de ser, de existir. Segundo ele é como ter nascido com aquilo e então precisa fazê-lo, caso contrário pode adoecer. E para o Direito, quando o profissional faz algo ligado a arte ele consegue fugir daquela tendência de se tornar frio.

Ricardo afirma que se não tiver um pouco de sensibilidade acabam tratando a Justiça, seus casos com certa frieza. E com a arte tem-se a possibilidade de se ter uma visão mais humana. Permitir-se se deixar tocar sim pela emoção com um caso e ser mais condizente.

 

Ricardo Bacelar Paiva

Ele é natural de Fortaleza (CE). Graduado em Direito pela Unifor (Universidade de Fortaleza) é advogado atuante na área do Direito Empresarial e Propriedade Intelectual. No Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) é membro da Comissão Nacional de Relações Internacionais e vice-presidente da Academia Cearense de Letras Jurídicas. Membro da Academia Cearense de Retórica. É membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Ceará, vice-presidente do CIC (Centro Industrial do Ceará). É professor do curso de pós-graduação em Direito Internacional da Unifor.

 

Ficha Técnica 

SEBASTIANA”

 

Ricardo Bacelar (Brasil)

Piano acústico, órgão Hammond B3, Moog, teclados e VSTi Orquestra, Voz em Oh Mana Deixa eu Ir (“Caicó cantiga”)

 

Cesar Lemos (Brasil)

Baixo e guitarra (exceto em 4, 8 and 15)

 

Maye Osorio (EUA)

Voz em “Sernambetiba”, 1992 e “Vento de Maio”

 

Steve Hinson (EUA)

Voz em “Nothing Will Be As it Was”

 

Anderson Quintero (Venezuela)

Drums (exceto em 3, 4, 8 e 15)

Percussion em “Sebastiana”, “Depois dos Temporais”, “A Volta da Asa Branca”, “Somewhere in the Hills” e “Partido Alto”

 

Andrea Mangiamarchi (Venezuela)

Voz em “Somewhere in the Hills”

 

Yoel del Sol (Cuba)

Percussão em “Menina Baiana” e “Sambadouro”

 

Channo Tierra (Colômbia)

Acordeom diatônico em “A Volta da Asa Branca”

 

Jose Sibaja (Colômbia)

Trompete e Flugelhorn em “Vento de Maio” e “Partido Alto”

 

Jesus "El Viejo" Rodriguez (Peru)

Percussão e Charango em “Vento de Maio”

 

Gabriel Fernandez (Argentina)

Bandoneom em “Depois dos Temporais”

 

Maria e Sara Queiroz Bacelar (Brasil)

Percussão em “Sebastiana”

 

Rose Max (Brasil)

Voz em “Sambadouro”

 

Ramatis Moraes (Brasil)

Voz em “Sambadouro”

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