“Segredo é querer vencer para si e para o Brasil”, diz Hugo Hoyama

Ícone do tênis de mesa brasileiro esteve presente em encontro no Sesc Thermas para compartilhar vivências e partidas

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Data 20/10/2018
Horário 05:30
José Reis - Encontro envolveu partidas com o ícone de tênis de mesa do Brasil
José Reis - Encontro envolveu partidas com o ícone de tênis de mesa do Brasil

Em um encontro descontraído no Sesc Thermas de Presidente Prudente, Hugo Hoyama, um dos ícones do tênis de mesa brasileiro, esteve presente para um bate-papo sobre as características e curiosidades do tênis de mesa. Com 26 anos de atuação na seleção brasileira, o atleta reuniu a presença de clubes e competidores da modalidade da cidade, que estavam empolgados em conhecer a vivência do campeão e claro, jogar uma partida. 

O mesatenista conta que muitas vezes o tênis de mesa é confundido com o ping-pong, mas que são coisas completamente distintas. “O ping-pong é o lazer, já o tênis de mesa tem as regras definidas, tipos de treinamento, o tênis especial e uma preparação adequada.” Ele relata que a modalidade alcançou visibilidade no Brasil, de acordo com os bons resultados das seleções durante as competições. “É sempre importante ter atletas reconhecidos para que o esporte continue crescendo. Quem sabe depois de eventos como este aqui em Presidente Prudente, possa aparecer um atleta aqui da região”, acredita.

Hugo participou dos Jogos Pan-Americanos de 1987 a 2011, resultando em 15 medalhas, sendo dez de ouro. O mesatenista fala que esse sempre foi seu grande objetivo e que assim que o tênis de mesa entrou no hall de modalidades do Pan-Americano, quis participar de todas as edições, sempre lutando pelas medalhas. “Dos meus 11 aos 19 anos, treinava durante oito horas por dia, para que no futuro pudesse conquistar meus objetivos.” Ele diz que espera que outros atletas possam superar o número de medalhas, pois quem ganha é a seleção brasileira como um todo. “O segredo é querer vencer para si e para o Brasil, o atleta tem que estar torcendo para isso”, explica.

Em uma das inúmeras competições da carreira, Hugo Hoyama, venceu o companheiro de equipe, Claudio Kano, e se tornou número um do tênis de mesa do Brasil. “Quando eu entrei na seleção, o Claudio era ícone do Brasil. Quando eu ganhei dele na primeira vez, eu sabia que estava preparado para ser o número um do Brasil, mas junto com ele, sempre ajudando para o melhor resultado da seleção”, conta. O atleta afirma que no início da carreira tomou muitas broncas de técnicos, mas que isso contribuiu para elevação na modalidade. “Ter superado o Claudio foi muito importante para minha carreira. Depois disso fui colocando objetivos maiores ainda”, frisa.

Atualmente, além de ser atleta do Palmeiras/São Bernardo, ele é técnico da seleção brasileira feminina. Ele afirma que a função é uma forma de continuar ajudando o esporte. “É muito gratificante estar junto com as meninas e ajuda-las a alcançar os objetivos”. O mesatenista consta que de 2013 pra cá, a equipe tem conquistado vários resultados inéditos e expressivos, gerando grandes números para o país.

Público

A aposentada, Maria Aparecida Alves, 63 anos, conta que começou acompanhar há pouco tempo a carreira do atleta, mas que desenvolveu grande interesse e estima após ter entrado para o clube de tênis de mesa do Sesc. Ela fala ainda que vê essa presença como um incentivo para a terceira idade praticar o esporte. “Nós não praticamos o tênis para competir. Na nossa idade é mais para se divertir e interagir”, afirma.

Acompanhada do filho, a aposentada Julia Nomura, 70 anos, encontrou no evento uma possibilidade de dar uma nova chance para a vida. Após perder seu companheiro de partidas, o marido, em um acidente durante um campeonato de tênis de mesa, a idosa passou um longo tempo sem sair de casa. “A gente sempre vinha juntos para ver o Hugo. Ele gostava muito, por isso eu resolvi vir. Além disso, consegui aprender muitas coisas novas”, expõe. 

O casal, Teruo Tarumoto, 71 anos e Rosa Tsunoda, 63, há três anos praticam o tênis de mesa no Sesc Thermas. Eles contam que sempre estimaram o atleta e a presença dele contribui muito para o incentivo do grupo. “Ele nos dá orientações muito válidas sobre técnicas e também sobre a parte emocional. Gosto muito dessas vivências”, fala Teruo. Renato Gouveia foi técnico de tênis de mesa durante 12 em Prudente. “Um momento marcante da minha careira foi quando tivemos a honra de competir com o Hugo Hoyama enquanto ele ainda estava jogando”, conta. Ele fala que sempre teve o atleta como que um exemplo a ser seguido. “Acompanho o Hugo há uns 30 anos. Ele sempre foi uma referência para os mesatenistas do país”.

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