"Tem um homem na cama da mamãe"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 20/06/2023
Horário 06:00

A atriz e cantora norte-americana, Doris Day (1924-2019), teve uma carreira de sucesso no cinema entre diversos gêneros, principalmente musicais e comédias românticas. “Tem Um Homem na Cama da Mamãe” (“With Six You Get Eggroll”) de 1968 foi o seu último filme lançado nos cinemas (depois disso se dedicou à televisão). Na história, Abby McClure (Doris Day) é uma viúva com três filhos, e Jake Iverson (Brian Keith), um viúvo com uma filha adolescente que começam a namorar e decidem se casar. Eles não estão preparados para as reações hostis de seus filhos, especialmente de Stacey (Barbara Hershey), a filha de Jake, que quer ser a mulher da casa, e Flip (John Findlater), o filho mais velho de Abby, que odeia Jake e quer ser o chefinho da família. A hostilidade entre os membros da família atinge até mesmo os cachorros. Comédia familiar típica dos anos 60.
Coluna do Idoso
    
“Filhos eternos”

Para os pais, os filhos serão sempre prioridade e sob o olhar afetuoso deles, sempre serão seus dependentes. A maternidade e paternidade desabrocham instintos humanos de cuidado, preservação e agrupamento, e os filhos, mesmos crescidos, adultos e até envelhecidos, serão para os pais, suas eternas crianças. Uma das perdas mais notórias do envelhecimento é o momento da saída dos filhos da casa dos pais, o bater asas em busca de seus próprios caminhos e conquistas, podendo configurar momento doloroso e traumático, com repercussões emocionais tão bem descritas na síndrome do ninho vazio, onde sensações de abandono, desapego e solidão podem permear tal momento. 
Contudo, as transformações sociais ao longo das últimas décadas, também têm transformado as famílias, e a dinâmica da presença dos filhos dentro dos lares. Os jovens têm saído mais tardiamente de casa, não têm mais a intensa vontade de construir suas próprias famílias e permanecem nas famílias originais. Além disso, as dificuldades econômicas apresentadas barram o ímpeto de se buscar seu próprio canto: a busca da independência de antigamente diminuiu um pouco o sentido, pois ela é conquistada sem a necessidade de ter quer pagar as próprias contas. 
Muitos idosos acabam sendo os arrimos eternos das famílias, que subsistem em torno de suas pensões e aposentadorias. Filhos de mãos estendidas permanecem necessitando do apoio de seus pais e avós para sempre. As últimas gerações transformaram as relações familiares, fizeram releituras das antigas autoridades parentais em que filhos deviam obediência e respeito: aproximaram-se mais afetivamente das crias, no entanto, as rechearam de mimos e minimizaram seus deveres. Cada vez mais enxergamos filhos exigentes que acham que é obrigação dos pais cuidar deles para sempre, sentados em um trono familiar onde buscam serem atendidos pelos pais servis. Querem liberdade e independência, mas continuam subordinados às finanças dos mais velhos. Vivemos uma dualidade filial: Permanecem em torno dos genitores, muitas vezes medrosos da vida, submissos economicamente ao mesmo tempo em que se mostram meticulosos em suas exigências. 

Dica da Semana

Novelas - Streaming

“Locomotivas”:
A Globoplay disponibilizou para os seus assinantes a novela “Locomotivas”, exibida originalmente em 1977, às 19h, que foi um grande sucesso. A história girava em torno do salão de beleza de Kiki Blanche (Eva Todor), que tinha sido uma vedete do teatro e agora se via envolvida com os problemas domésticos de seus cinco filhos, sendo quatro adotivos. Para complicar a situação, a filha mais velha Milena (Aracy Balabanian) se envolve com Fábio (Walmor Chagas) que ao mesmo tempo é disputado por sua irmã Fernanda (Lucélia Santos). Na verdade, Fernanda é filha de Milena, criada como sua irmã adotiva. No elenco, nomes como Elizângela, Dênis Carvalho, Ilka Soares, Eloísa Mafalda e Mírian Pires. 
 

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