"Tia Danielle - Perversa e Perigosa"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 31/05/2022
Horário 07:08

Moradora de uma pequena cidade da França, Danielle é uma velhinha perversa e ranzinza, cuja maior diversão é atormentar quem tentar ajudá-la: cuidadores, empregados e parentes. Aos 80 anos, ela atenta com a vida da empregada, atiça o cão para atacar negros, insulta os mendigos que vê pela frente e come todos os doces que o médico proibiu. Ela decide ir para Paris para morar com seus únicos parentes e transforma a vida de todos num inferno. Ninguém consegue dizer o quanto ela é má, e ainda se sentem culpados por não conseguirem agradá-la. Em umas férias da família, Danielle fica nas mãos de uma cuidadora jovem, que se mostra mais má e perversa do que ela, conseguindo medir forças com a megera. Filme do diretor francês Ettiénne Chatiliez e estrelado pela grande atriz Tsilla Chelton como a abominável Tattie Danielle. Numa comédia de humor ácido, como sua protagonista envinagrada. 

“Velhinhos envinagrados”

Uma sociedade bem estruturada protege seus extremos. Crescemos aprendendo que devemos respeitar os idosos e crianças. Na verdade, devemos respeitar todos os seres humanos independentemente da idade, e respeitar principalmente suas limitações e incapacidades. A inocência e inexperiência infantil devem ser preservadas e cultivadas, assim como a fragilidade dos idosos. Isto não significa representar todos os idosos do país como pessoas fofas, ou vovôs e vovós de cartão-postal explodindo em meiguice. Quem está velho hoje, não se materializou no mundo há pouco tempo: ele já foi criança, jovem e adulto e experimentou todas as fases de vida e pôde absorver sabedorias ou não de suas experiências. Quem sempre foi egoísta, que viveu sempre pensando em si e em suas vantagens, abusou de mau-caratismo e safadeza, não vai magicamente se encantar num velhinho fofo só porque ficou idoso. Canalhas envelhecem. Gente ruim envelhece. Nem todo idoso é vítima. Tem velhinho fofoqueiro, perverso, trapaceiro e bandido. Nem sempre a idade suaviza os defeitos, podendo às vezes, até mesmo, salientá-los. Respeitar o idoso é respeitar o humano, é relevar suas fragilidades e dificuldades, e não aproveitar-se delas para roubar-lhes a autonomia ou vingar-se na fragilidade senil, de tudo que você sofreu em idades tenras. Já dizia o sábio Rui Barbosa: “Não se deixe enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem”. E o pior, é que esse tipo de idoso é capaz de se aproveitar da velhice para se beneficiar de alguma forma. O idoso sábio é um mito. Dá tempo de acumular burrice também, e muita malandragem. Um idoso azedo sadio vai continuar envinagrando por onde passa, e um idoso azedo doente vai tornar muito mais difícil ainda o fardo de quem tem que lidar com ele. Não é tarefa simples, mas é possível: 1) Não parta para ofensas ou se achar no direito de lhe dizer verdades: não adianta tais verdades nunca serão delas; 2) Não se deixe contaminar; 3) Evite discussões; 4) Imponha limites; 5) Foque em encontrar soluções; 6) Tenha inteligência emocional: analise e observe seu próprio comportamento, aprenda a lidar com as pressões e com as cargas negativas em redor, tenha empatia e sublime... Sublimar não é só relevar, é também enaltecer e glorificar sentimentos. 

Dica da Semana

DVD – Filmes 

“Duplex”:
2003. Direção: Danny de Vito. Com Ben Stiller, Drew Barrymore e Eileen Essel. Um jovem casal compra um apartamento duplex e concorda em manter a antiga dona morando na parte de cima: uma vovó idosa, aparentemente bondosa e frágil. Ledo engano: a senhora é altamente energética, ouve TV em som altíssimo e tem uma arara barulhenta. Fica todo o tempo inventando problemas e quando eles passam a desejar dar um fim na coroa, descobrem que ela já foi à polícia denunciá-los por assédio. Comédia insuperável. 
 

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