Ventania deixa rastros

José Vicente

COLUNA - José Vicente

Data 06/10/2021
Horário 03:33

A ventania da última sexta-feira, além do susto, deixou um rastro de destruição em toda a nossa região e Indiana também pôde sentir a força do fenômeno, que chegou inesperadamente, arrancando árvores com raízes, destruindo cercas, destelhando casas e causando prejuízos em algumas lavouras. Muitas famílias ainda estão apreensivas, temendo a repetição e a qualquer mudança no clima, principalmente com ventos, já começam a se mobilizar, buscando proteção em locais mais seguros, principalmente pela divulgação de catástrofes em outras regiões brasileiras.

POPULAÇÃO SENTE OS EFEITOS
A população do município de Indiana sentiu na pele as consequências provocadas pelo vendaval. A cidade ficou dois dias sem água, por problemas causados ao sistema elétrico, o que só voltou a ser normalizado no domingo depois das 22h. Casas comerciais que vendem água não conseguiram atender a demanda, tal foi a procura inusitada pelo precioso líquido.

COMBUSTÍVEIS
O único posto de combustíveis da cidade também foi atingido e, até o fechamento desta coluna, ainda estava sem condições de abastecer os veículos do município, o que fez com que os motoristas procurassem as cidades vizinhas para não paralisar suas atividades. A pane no sistema elétrico do Posto Brutus ocorreu por volta de 13h30 da última sexta-feira, horário em que o vendaval chegou causando os danos verificados no município.

ÁRVORES FRUTÍFERAS
Muitas árvores frutíferas foram atingidas pelo vento impiedoso, que causou enormes estragos também no setor. Centenas de árvores que estavam carregadas de frutos tiveram a destruição de quase 100%, deixando fruticultores frustrados. Um dos exemplos mais evidentes no município foram as mangueiras, que perderam quase toda a produção e, para tristeza da população, após a ventania, toneladas de frutas forravam o chão, derrubadas pelo vento.

FEIRA LIVRE
A feira livre de Indiana, que é realizada todas as terças-feiras, ganhou forças novamente após um período em que vários feirantes haviam deixado de participar. Alguns desses comerciantes chegaram a desistir sentindo a crise, mas aos poucos foram retornando, além de novos feirantes que se integraram ao grupo e novamente já se observa um bom movimento de famílias realizando suas compras na tradicional feira livre localizada na Praça da Matriz. Importante ressaltar a participação de feirantes de Pirapozinho, Regente Feijó, Bairro Sete Copas e Espigão.

GARAPA OU CALDO DE CANA
Na minha adolescência, todos conheciam por "garapa", e os vendedores eram chamados de garapeiros, porém, com o passar dos anos, todos passaram o chamar o produto como "caldo de cana" que, diga-se de passagem, é melhor que qualquer refrigerante ou suco artificial. E nos dias de calor, clima normal em nossa região, o caldo de cana é soberano, por ser feito na hora, e o cliente assiste a cana sendo moída, o que dá mais prazer em saborear, com limão ou abacaxi. Em Indiana, num local bem apropriado, debaixo de uma frondosa árvore à entrada do Bairro Amélia Ribeiro, de segunda a sexta, lá está a "Cidinha do Soró", como é chamada carinhosamente, servindo a todos, aquele maravilhoso caldo de cana. Uma tradição que não pode morrer, pelo bem da saúde da população.

POPULAÇÃO PREVENIDA
Até uns anos, a nossa população de Indiana tinha o privilégio de não se preocupar com os larápios, os chamados "amigos do alheio" e nem trancavam seus carros, deixavam a chave do veículo no contato, não reforçavam a segurança de suas casas, pois não se falava em furtos ou arrombamentos, muito menos assaltos a mão armada. Entretanto, com a modernidade, com o "progresso", eis que tudo mudou e hoje estamos assistindo a uma população precavida, até meio assustada, com a quantidade de furtos, de malandros à solta, e pessoas de mau caráter que chegam de outras regiões trazendo o medo e a apreensão à nossa gente. Nos últimos meses, estamos observando uma boa parte da população implantando sistema de segurança em suas residências, com câmeras, cerca elétrica, e trancando seus carros. 

FICOU MAIS CARO
Com a construção de dois pedágios, um entre Martinópolis e Indiana, e outro entre Martinópolis e Rancharia, uma pequena viagem entre Indiana e Rancharia ficou bem mais cara. O custo só de pedágio, para automóveis, foi acrescido de R$ 23,60, ou seja, fica mais caro que o combustível gasto entre as duas cidades.

EM TEMPO
Não há sol todos os dias, não há alegria sempre, mas tudo em algum momento, melhora.

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