10ª RA é a 7ª em mortes por acidente de transporte

Em 2015, foram 18,72 óbitos por 100 mil habitantes, mais do que o dobro de falecimentos na região metropolitana de SP

REGIÃO - ANDRÉ ESTEVES

Data 26/09/2017
Horário 12:10

Entre as 16 RAs (Regiões Administrativas) que compõem o Estado de São Paulo, a 10ª RA, cuja sede administrativa é Presidente Prudente, apresentou, em 2015, juntamente com Marília, a sétima maior taxa de óbitos por acidentes de transportes. Neste período, foram 18,72 mortes por 100 mil habitantes, mais do que o dobro de ocorrências registradas na região metropolitana de São Paulo, com índice de 9,2. Na comparação com 2014, a regional de Prudente subiu três posições no ranking, embora, em 2015, a taxa seja menor do que aquela alcançada no ano anterior (21,87). As informações foram divulgadas ontem pelo estudo da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que aborda a evolução desse tipo de mortalidade a partir dos dados recebidos dos Cartórios de Registro Civil de todos os municípios paulistas.

De acordo com o levantamento, o fato do interior possuir um índice de mortalidade no trânsito superior ao das áreas mais urbanas do Estado ocorre porque, na Grande São Paulo, o trânsito é lento em função da maior frota veicular. Além disso, enquanto as cidades da região metropolitana iniciaram o desenvolvimento de políticas de trânsito mais efetivas no começo dos anos 70, os munícipios interioranos deixaram para criar as regulamentações no fim dos anos 80. Atualmente, a maior preocupação refere-se ao crescimento dos acidentes com motocicletas, que, normalmente, envolvem jovens entre 18 e 34 anos do sexo masculino, uma vez que tendem a “ser mais agressivos, exceder a velocidade, combinar álcool com direção e estar mais disposto a correr riscos”.

As mortes por acidentes com motocicletas ganham, constantemente, as páginas do jornal. Conforme noticiado por este diário na edição de domingo, um motociclista de 21 anos, características que reforçam a teoria constatada pela Seade, faleceu ao colidir contra outra motocicleta durante uma tentativa de ultrapassagem, no cruzamento das ruas José Claro e Coronel Albino, na Vila Maristela, em Prudente, na manhã de sexta-feira. Com o impacto, a mulher que pilotava o outro veículo caiu no chão, ao passo que o jovem foi arremessado contra uma árvore, no canteiro central. Mesmo socorrido, o rapaz não resistiu aos ferimentos.

 

“Enquanto as cidades da região metropolitana iniciaram o desenvolvimento de políticas de trânsito mais efetivas no começo dos anos 70, os munícipios interioranos deixaram para criar as regulamentações no fim dos anos 80”

Fundação Seade

 

Orientações

A Seção de Comunicação do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) informa que os trechos com a maior incidência de acidentes fatais são importantes cruzamentos e grandes avenidas. Sendo assim, orienta que, a fim de contribuir para a redução das estatísticas, os condutores e pedestres obedeçam rigorosamente às regras de trânsito.

A Polícia Militar Rodoviária, por sua vez, alerta que os motoristas mantenham acesos os faróis baixos durante o dia em toda a extensão da rodovia, dirijam em velocidade compatível com o trecho, usem cinto de segurança nos bancos dianteiros e traseiros, ultrapassem somente em local permitido e evitem o consumo de álcool, considerando que a embriaguez ao volante é uma das principais razões para acidentes de trânsito com vítima. “Já os motociclistas que transitam em áreas urbanas devem ficar mais atentos, tendo em vista que são usuários mais vulneráveis e possuem pouca segurança em caso de acidentes”, comenta.

 

Maiores e menores

Para a análise das informações, a Seade adota como metodologia o quociente entre os óbitos por acidentes de transportes ocorridos em uma determinada localidade e período de tempo e a população dela naquele prazo. Na região, o número que mais impressiona é o de Caiuá, que, em 2015, teve índice de 93,83. Em seguida, aparecem Pauliceia (74) e Euclides da Cunha Paulista (63,16). Já as menores taxas ficaram por conta de Teodoro Sampaio (4,56), Presidente Bernardes (7,32) e Pacaembu (7,61). A reportagem tentou um posicionamento junto aos órgãos de segurança pública para repercutir o assunto, no entanto, não obteve resposta.

 

Taxas de mortes por acidentes de transportes na 10ª RA (por 100 mil habitantes)

Localidades 2015 2014
Adamantina 11,81 20,67
Alfredo Marcondes 25,54 25,58
Álvares Machado 21,18 29,68
Anhumas 25,93 52,21
Caiabu 24,43 24,45
Caiuá 93,83 -
Dracena 13,56 13,62
Emilianópolis - -
Estrela do Norte 37,68 37,66
Euclides da Cunha Paulista 63,16 21,02
Flora Rica 60,46 -
Flórida Paulista 24,1 39,93
Iepê - -
Indiana 20,83 20,81
Inúbia Paulista 53,06 -
Irapuru 13,26 26,34
Junqueirópolis 20,62 41,53
Lucélia 19,52 -
Marabá Paulista 41,09 -
Mariápolis 25,33 -
Martinópolis 32,05 36,28
Mirante do Paranapanema 11,47 34,57
Monte Castelo - 24,83
Nantes - 35,01
Narandiba 21,93 -
Nova Guataporanga - 91,58
Osvaldo Cruz 12,85 19,3
Ouro Verde - 12,52
Pacaembu 7,61 45,61
Panorama 33,56 13,48
Pauliceia 74 44,98
Piquerobi - -
Pirapozinho 15,4 23,34
Pracinha - -
Presidente Bernardes 7,32 21,98
Presidente Epitácio 26,29 19,17
Presidente Prudente 14,43 22,97
Presidente Venceslau 15,79 15,8
Rancharia 27,78 45,14
Regente Feijó 31,56 10,58
Ribeirão dos Índios 46,3 -
Rosana 26,46 36,73
Sagres - 42,16
Salmourão 40,32 -
Sandovalina - -
Santa Mercedes 35,51 -
Santo Anastácio 14,81 4,93
Santo Expedito - -
São João do Pau d'Alho - 48,78
Taciba 16,99 -
Tarabai - 72,78
Teodoro Sampaio 4,56 9,17
Tupi Paulista 20,32 6,82

Fonte: Fundação Seade 

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