10ª RA tem quinta menor mortalidade por aids

Levantamento divulgado pela Fundação Seade aponta taxa de 5,77 óbitos pela doença para cada 100 mil habitantes em 2015

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 12/05/2017
Horário 11:21
 

A Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgou na quarta-feira um estudo sobre a mortalidade por aids no Estado de São Paulo, no período entre 1985 e 2015, com informações do Registro Civil. De acordo com as informações do ano mais recente, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado é a quinta com menor taxa de mortalidade pela doença para cada 100 mil habitantes, entre todas as 16 RAs.

Foram 49 mortes no ano, o que resultou em 5,77 óbitos para cada 100 mil habitantes. O menor indicador é de Itapeva, com 13 falecimentos por aids e taxa em 2,49. Já o maior índice é de Santos, onde foram 165 mortes, o que dá uma média de 9,43 por 100 mil habitantes.

Jornal O Imparcial Testes rápidos para DSTs hoje trazem resultados em 15 minutos

Em números absolutos da série histórica dos últimos 30 anos, a região de Presidente Prudente teve 1.265 mortes por aids. Nos primeiros períodos, de 1986 a 1989, as quantidades de falecimentos eram bem baixas, de 3 a 9, número que foi crescendo nos anos seguintes, indo para 17 em 1990, e 25 em 1991. A partir de 1993 e até 2015 os indicadores têm permanecido entre 40 e 50 óbitos/ano, aproximadamente, variando pouco esse patamar. Só na cidade de Prudente, especificamente, foram 580 mortes de 1985 a 2015.

 

Adesão ao tratamento

Segundo o coordenador do Programa DST/Aids, em Prudente, Jefferson Saviolo, hoje há uma oferta maior de testes para doenças sexualmente transmissíveis, o que possibilita diagnósticos precoces de infecção pelo vírus HIV, promovendo um tratamento antes da evolução da doença. "Antes a pessoa vinha e precisava esperar 30 dias por um resultado, que agora sai em 15 minutos", esclarece. Além disso, não há necessidade de agendar o atendimento para fazer os testes, e basta ir até uma unidade básica de saúde do município ou ao próprio DST/Aids para efetuá-lo de forma gratuita.

Algo que também mudou com o tempo foi o tratamento do paciente infectado, que chegava a tomar coquetéis de 15 remédios anos atrás, e hoje, por conta da coformulação de drogas, pode ingerir dois comprimidos inicialmente, facilitando a adesão ao tratamento e evitando óbitos. "Acredito que a estruturação dos Saes em termos de acolhimento e diminuição do estigma, contribui para que o paciente soropositivo faça o tratamento de forma efetiva", declara.

A psicóloga da APPA (Associação Prudentina de Prevenção à Aids), Jéssica Dayane Diana Sabino, por sua vez, lembra que entre 2010 e 2015, a população que vive com a doença no Brasil passou de 700 mil para 800 mil pessoas, o que totaliza 15 mortes por ano. Sozinho, o Brasil conta com 40% das novas infecções de aids da América Latina. "No Estado de São Paulo, onde há uma grande população, sabemos que os índices de contaminação são maiores, por isso, chama a atenção o baixo foco de mortalidade", diz. Ela atribui o indicador a uma adesão maior dos infectados à terapia retroviral e ao uso constante dos medicamentos.

"Outro fator importante é que por mais que a pessoa tenha o HIV, a causa da morte pode ser tuberculose, pneumonia, ou outra doença oportunista do vírus", esclarece Jéssica. Atualmente, a organização da sociedade civil realiza um trabalho de reinserção econômica das pessoas que vivem com aids na sociedade, oferecendo atividades variadas que incluem treinamento funcional, oficinas de inglês e teatro, encontros mensais com assistente social, além da disponibilização de uma cesta básica mensal.

 

 
































































































Mortalidade por aids por RA do Estado de São Paulo



Região Administrativa



Óbitos por aids



Taxa de mortalidade por aids (por 100 mil habitantes)


Santos

165



9,43


Barretos

39



9,09


São José dos Campos

175



7,34


São José do Rio Preto

106



7,11


Bauru

71



6,51


Franca

46



6,28


Registro

17



6,28


Araçatuba

47



6,18


 Ribeirão Preto

80



6,03


Sorocaba

142



5,88


São Paulo

1184



5,79


Presidente Prudente

49



5,77


Central

56



5,65


Campinas

323



4,87


Marília

42



4,37


Itapeva

13



2,49


Fonte: Fundação Seade

 

 

 

 
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