120 policiais civis interrompem expediente por 1 hora em Prudente

Movimento batizado de Operação Nocaute ocorreu em todo Estado; segundo Sipol, interrupção contou com 80% do efetivo paulista

PRUDENTE - VICTOR RODRIGUES

Data 20/10/2016
Horário 13:12
 

Cerca de 120 policiais civis de Presidente Prudente, e alguns da região, interromperam uma hora do expediente, ontem, para um manifesto chamado Operação Nocaute, em frente à CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Prudente, entre o meio-dia e às 13h. Eles protestam pela falta de contratação de policiais, e a falta de reposição salarial que, segundo o Sipol (Sindicato dos Policiais Civis de Presidente Prudente), não ocorre há dois anos. O movimento ocorreu em todo o Estado de São Paulo, e a interrupção contou com 80% do efetivo paulista.

Jornal O Imparcial Policiais civis que atuam em Prudente e na região participaram do protesto ontem

O ato também é contrário à recente resolução da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) que obrigará, a partir de janeiro de 2017, o policial civil a fazer escolta de presos em audiências e permanecer até o final para demais providências. O slogan do movimento é: "A Polícia Civil recebe o golpe, mas quem vai à lona é a segurança pública".

De acordo com Fábio Morrone, presidente do Sipol, o movimento ocorreu da forma esperada, com a reunião de representantes das unidades da Polícia Civil da região, além de quase todo o efetivo prudentino. "Quase todos estiveram presentes. Precisamos de aproximadamente 300 novas contratações para sanar o problema. O desfalque de servidores se arrasta por cerca de 10 anos, e tende a piorar. Queremos que as autoridades deem atenção para esta causa. Falamos de segurança pública", relata o chefe sindical regional.

Segundo Fábio, a proposta também é explicar para a população que o governo não reconhece a necessidade emergencial. "O governo alega uma deficiência de somente 6 mil policiais em todo território paulista. Tivemos concurso para 4 mil vagas em 2013, somente 2 mil foram chamados, e até hoje os demais estão à espera", declara.

Sobre a possibilidade de greve, o sindicalista diz que não deseja recorrer a este ato. "A população não merece isso. A polícia é essencial e precisa se manter estruturada. Fizemos apenas uma interrupção das atividades do dia para reivindicarmos nossas prioridades. Os reajustes não saem e não temos estabilidade, como muitos pensam. Existem demissões na políca, sim", frisa.

A partir de agora, o Sipol aguarda por uma posição do governo, e caso o mesmo não os procure para discutir os problemas, novas ações deverão ser realizadas, conforme adianta o sindicalista.

 

SSP

O Departamento de Comunicação da SSP informa, em nota, que a Polícia Civil não foi comunicada por sindicatos a respeito de eventuais paralisações nesta quarta-feira. A SSP alega que investe na contratação de agentes de segurança e na valorização profissional das carreiras policiais. "Desde 2011, 3.650 policiais civis foram contratados. Quanto à questão salarial, no mesmo período, os policiais civis receberam de 44,8% a 72,8% de aumento, índices acima da inflação", expressa.

 
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