162 anos de presbiterianismo no Brasil - 12 de agosto de 1859

OPINIÃO - Saulo Marcos de Almeida

Data 11/08/2021
Horário 04:30

Sabe-se historicamente falando que, entre algumas iniciativas calvinistas de inserção no Brasil, pelo menos duas expedições significativas, porém, frustradas e interrompidas de estabelecimento do protestantismo/presbiterianismo em terras colonizadas por Portugal, devem ser pontuadas para fins de alusão. 
A primeira tentativa econômico-religiosa, patrocinada pelo rei Henrique II da França, aconteceu no ano de 1555, comandada por um controverso cristão chamado Nicolas Durand de Villegaignon. Esse esforço de um protestantismo reformado europeu em terras brasileiras foi chamado de Projeto França Antártica e teve seu desembarque na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, em 10 de novembro do mesmo ano.
Outra relevante entrada protestante/presbiteriana no Brasil aconteceu com os holandeses e desta feita a região escolhida: o Nordeste brasileiro. Mais precisamente o Estado de Pernambuco de onde veio a cidade denominada Olinda. Na esteira da Companhia das Índias Ocidentais e apoio da Igreja Reformada Protestante aconteceu essa importante ocupação (período holandês - 1630/1654) tendo como maior protagonista: Maurício de Nassau (1604-1679), que objetivamente contribuiu para uma administração calvinista em solo brasileiro por 15 anos. Economicamente, muito exitosa a passagem de Nassau no país. 
Quando, efetivamente, o primeiro missionário presbiteriano, Ashbel Green Simonton vindo da Presbyterian Church in the United States of América, aporta em solo brasileiro na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1859, o Brasil do período imperial sentia os ventos protestantes europeus na liberdade religiosa, negação do escravagismo e no espírito protestante liberal da economia.  
Tendo como pano de fundo o descrito acima, o Rev. Simonton inaugura em 12 de janeiro de 1862, a primeira Igreja Presbiteriana do Brasil no Rio de Janeiro, com dois membros não autóctones: um americano e outro português. 
Na cidade de São Paulo foi inaugurada a segunda Igreja Presbiteriana em 5 de março de 1865, por mais um pastor estrangeiro que veio apoiar o trabalho iniciado no Brasil. Seu nome era Alexander Blackford que chegou em solo tupiniquim no ano de 1860, pouco depois do primeiro missionário.
A partir dos primeiros movimentos acima, a Igreja Presbiteriana se estendeu para o interior do país, particularmente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, o que tornou bem rural a ação missionária da nova igreja protestante no Brasil Império (1822-1889). 
A expansão do presbiterianismo no Brasil monárquico também se deu com a chegada de novos missionários norte-americanos, vindos da Missão da Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos. Eram imigrantes confederados que acabaram se instalando na cidade de Santa Bárbara, Americana, Campinas e contribuíram para a obra educacional da Igreja Protestante criando as mais antigas escolas presbiterianas no Brasil: Instituto Presbiteriano Gammon (Lavras/MG) e Universidade Presbiteriana Mackenzie na cidade de São Paulo desde 1870.     
Com gratidão a Deus e serviços prestados ao longo de todos esses anos! 
 

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