20 cidades apresentam alta incidência de dengue

Conforme o Ministério da Saúde, 511 cidades do país estão com alta incidência de dengue.

REGIÃO - Mariane Gaspareto

Data 20/03/2015
Horário 08:14
 

De acordo com o Ministério da Saúde, 20 municípios da região de Presidente Prudente (37% do total de 54 cidades) têm incidência de dengue considerada alta, com mais de 300 casos notificados por 100 mil habitantes em 2015, parâmetro da OMS (Organização Mundial de Saúde) para indicar a alta incidência da doença. Flórida Paulista é a cidade que apresenta o maior indicador (1.877), com 260 casos notificados; seguida por Quatá (1.375), com 187 notificações; Tupi Paulista (1.221), com 184 casos; e Junqueirópolis (1.210), com 241 notificações. Juntas, estas 20 cidades somam 1.927 casos notificados.

Apesar dos 260 casos notificados em Flórida Paulista, em 199 houve a confirmação da doença, de acordo com Sérgio Leme, enfermeiro da Saúde municipal. Conforme ele, já houve epidemia de dengue na cidade, mas nunca foram registrados tantos casos apenas nos primeiros meses de um ano. "Isso não está ocorrendo apenas em nossa região, mas em todo o país, e os epidemiologistas ainda estão estudando para entender a razão dessa epidemia de transmissão", afirma. Conforme o Ministério da Saúde, 511 cidades do país estão com alta incidência de dengue.

Leme salienta que algo que pode influenciar na incidência dos municípios pequenos é o fato de não terem registrado com frequência um grande número de casos. "Só podemos pegar a dengue quatro vezes, pois só existem quatro vírus da doença, e ao pegá-los nos tornamos imunes. Dessa forma, quanto menor o número de pessoas que já tiveram a doença, maior a probabilidade de uma transmissão em massa em casos de epidemia", expõe.

Outro fator importante, para o enfermeiro, é a proximidade das cidades regionais e o grande fluxo de moradores transitando entre elas. "Fica difícil controlar a transmissão, quando temos pessoas diariamente viajando para Junqueirópolis, Adamantina, Dracena e outros municípios". Para combater o mosquito Aedes aegypti, o município já promoveu bloqueio de controle de criadouros, nebulização ambiental e arrastões.

Dracena, que também teve incidência considerada alta (550) pelo indicador do Ministério da Saúde, já soma 938 casos confirmados neste ano. Todavia, de acordo com a Assessoria de Imprensa da prefeitura, deste número, "a grande maioria já não apresenta mais a doença".

Dracena decretou estado de emergência no combate à dengue, de modo que a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente/Defesa Civil foram autorizadas a requisitar pessoal e equipamentos dos diversos órgãos da prefeitura, e a Empresa Municipal de Saúde, por sua vez, foi autorizada a solicitar a cessão de pessoal e equipamentos dos demais entes federativos.

Entre as ações realizadas estão os mutirões de limpeza em todos os bairros, contratação emergencial de 20 novos agentes de controle de vetores, distribuição gratuita de sementes da planta crotalária para a população, que atrai a libélula, predadora natural do mosquito. A prefeitura informa ainda que, atualmente, está propondo uma ação judicial pedindo a autorização da entrada dos agentes nos imóveis cujos proprietários se recusam a permitir sua entrada.

 

Questão sazonal

Conforme informações do Ministério da Saúde, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, responsável pela pasta, dise que por uma questão sazonal, até o próximo mês ainda poderá haver aumento de casos. "O período de março a maio é, historicamente, o de maior transmissão da dengue, e isso acende o alerta para a necessidade de redobrar as ações de vigilância", observou. O ministro destacou a importância do pronto-atendimento e diagnóstico correto aos pacientes com a doença, para evitar casos graves e óbitos.

Nos dois primeiros meses do ano, registrou-se aumento de 139% dos casos notificados de dengue no Brasil, comparado ao mesmo período do ano passado. Foram 174.676 notificações em janeiro e fevereiro de 2015, contra os 73.135 do ano passado. Chioro salientou que é preciso eliminar os criadouros do mosquito ao longo de todo ano, redobrando os cuidados, nesta época em especial, e acabar com as larvas nos domicílios.

 
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