Faltando menos de dez dias para o término da vacinação contra a febre aftosa, 55,7% dos animais da região de Presidente Prudente ainda não foram imunizados. Os dados são do EDA (Escritório da Defesa Agropecuária), que representa 21 municípios. Ao todo, até ontem, foram vacinados 133.419 cabeças de bovinos e bubalinos. No entanto, a expectativa é alcançar 301.082 animais até o dia 31 de maio, prazo do encerramento da campanha nacional.
Em pelos menos três agropecuárias de Prudente e região consultadas pela reportagem, o movimento é considerado intenso, principalmente nos últimos dias.
De acordo com o veterinário do EDA, Carlos Renato Tiezzi Furlaneto, o último balanço apontava que 167.663 cabeças ainda precisam ser vacinadas. Nesta etapa da campanha devem ser contemplados todos os animais de zero a 24 meses. A estimativa é que 6.118 propriedades apresentem o atestado de imunização. "Acredito que os produtores estão conscientes da necessidade e importância do combate à febre aftosa. Temos que manter o controle", diz.
O veterinário ressalta os problemas e prejuízos que o foco da doença pode causar para os produtores e, consequentemente, para a situação econômica de todo o país. "O Brasil é um dos maiores exportadores de carne e isto movimenta a economia nacional. Um caso de aftosa pode ser um desastre para a balança comercial". Furlanetto acrescenta que por se tratar de uma doença contagiosa, um caso positivo pode se espalhar rapidamente e contaminar todo rebanho.
Para o veterinário da Agropecuária Prudentina, José Antônio Russo, 62, a conscientização é o início de todo trabalho. "O fazendeiro deve se conscientizar da importância desta campanha para mantermos o Brasil livre da aftosa", alerta. Já o pecuarista Antônio Cláudio Mazzaro, 48, reforça todo criador deve vacinar os animais. "Por meio deste ato é que mantemos a saúde do rebanho. Afinal, o gado dá o nosso sustento, é nosso ganha-pão", salienta.
Brucelose
Termina também dia 31 de maio, o prazo de vacinação contra a brucelose a bovinos e bubalinos fêmeas com idade entre 3 e 8 meses. Furlanetto atenta que os problemas causados pelo consumo de carne infectada com esta doença são graves, em alguns causos pode levar a pessoa infectada à morte. Desta forma, a prevenção é de extrema necessidade, além de ser obrigatória.
Venda de vacinas
De acordo com os donos de agropecuárias, a busca pela vacina contra a febre aftosa está intensa, o que demonstra a conscientização dos proprietários dos rebanhos da região.
Neusa Rosa Lomas, 55, da Agropecuária Regente, na cidade de Regente Feijó, diz que o movimento tem sido intenso. Ela ressalta que a procura pela vacina vai crescer no decorrer dos dias. "Tem pessoas que deixam para comprar na última hora", conta.
Leandro Bezza de Menezes, 60, da Agropecuária Raça Forte, acredita que os proprietários de rebanhos estão mias conscientes. "Notamos pelas vendas que os produtores têm noção das consequências para quem não vacinar o gado. A todo o momento alguém chega para comprar a vacina", completa.
SAIBA MAIS
QUEM NÃO VACINAR
Quem deixar de vacinar o rebanho poderá pagar multa de cinco Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) por cada cabeça de gado, sendo que o valor equivale, aproximadamente, a R$ 20. Além disso, o proprietário vai ficar com o registro bloqueado e não conseguirá tirar a guia para movimentar os animais.
