57 pessoas com síndrome de Down têm direitos garantidos

Para Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, condições adequadas para desenvolvimento são de extrema importância para atendidos com tal alteração genética

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 21/03/2017
Horário 08:26
 

"Todo ser humano necessita de condições adequadas para seu desenvolvimento". A frase é da diretora da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Presidente Prudente, Kátia Maria Cabrioti Galucci Nunes, e retrata bem a preocupação da entidade em promover a inserção social das 306 pessoas com deficiência intelectual que atende. Hoje, Dia Internacional da Síndrome de Down, o destaque fica para a importância que a associação dá às ações para garantir os direitos dos 57 atendidos que possuem tal alteração genética. O mundo dos "downs", como são carinhosamente chamados, não se restringe somente às entidades assistenciais, já que estes podem normalmente frequentar salas de aula regular, como é o caso da pequena Lavínia dos Santos Machado Ferreira, 9 anos, que hoje mora em Prudente, mas possivelmente é a primeira brasileira com a síndrome nascida na Espanha.

Jornal O Imparcial Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais em PP promove inserção social de 306 pessoas com deficiência intelectual

"Torna-se necessário intervir mais precocemente possível, proporcionando condições facilitadoras para seu desenvolvimento global, fortalecendo as relações interpessoais do grupo familiar, prevenindo e minimizando possíveis déficits", expõe Kátia, sobre os atendidos. Cita que, na Apae, as pessoas que possuem a síndrome de Down, alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, por isso também conhecida comotrissomia 21, passam por uma avaliação multidisciplinar: serviço social, psicopedagogia, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, terapia ocupacional, além de contar com uma equipe médica formada por psiquiatra, pediatra e neurologista.

Conforme Kátia, a associação ainda atua nas áreas de assistência social, educação, saúde, prevenção, trabalho, profissionalização, defesa e garantia de direitos, esporte, cultura, lazer, estudo, pesquisa e outros. "A Apae de Presidente Prudente tem por missão promover e articular ações de defesa de direitos e prevenção, orientações, prestação de serviços, além do apoio à família", frisa.

 

Luta por direitos


Nascida em Barcelona, em 2007, Lavínia pode ser considerada a primeira brasileira com down a nascer na Espanha. A mãe, a estudante universitária Cibele Machado Ferreira, 33 anos, foi para a Europa com o esposo, o autônomo Ildes Ferreira da Silva, 35 anos, em fevereiro. O casal então descobriu a gestação no mês seguinte. "Fomos para lá para morar e trabalhar, sem qualquer plano de ficar grávida. Mas, Deus mudou nossa história", conta. Há três anos em Prudente, Lavínia está hoje no 4º ano do ensino fundamental, depois de ter feito a pré-escola em colégio espanhol. "Como é país de primeiro mundo, os espanhóis têm qualidade de vida diferente e pensam para frente, com uma mente avançada. Lá, nos trataram muito bem. Não tenho do que reclamar", comenta.

No entanto, no Brasil, o período de adaptação exigiu paciência. Cibele aponta que, em comparação com a Europa, aqui ainda "falta um pouco de profissionalismo" e de conhecimento, já que se trata de uma síndrome e não uma doença. Para garantir os direitos da filha e ainda reunir forças para a batalha cotidiana, conta que tem se reunido com pais de outros "downs", com os quais fez amizade nos últimos anos. "Ela é muito inteligente, faz tudo com adaptação necessária. Interage bastante, é comunicativa. Recebe bastante carinho. Mas, temos que estar preparados. Todas as crianças têm dificuldade. Ninguém é 100%. Não existe não ter problema. Cada um tem um certo grau de dificuldade em alguma coisa", conta.

 

Palestra


Em razão do Dia Internacional da Síndrome de Down, a Fundação Mirim promoverá hoje, às 9h e às 14h, uma palestra de conscientização sobre o tema para os adolescentes que frequentam a instituição. A palestrante e pedagoga da entidade, Thays Colombara, que tem um irmão com síndrome de Down, abordará sobre a importância da conscientização e a inserção social, como também sobre sua luta e o preconceito daqueles que possuem a alteração.

 
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