74% de APPs de bacia estão sem arborização

São 2.373,59 hectares de áreas de preservação permanente sem essa vegetação no manancial do alto curso do Rio Santo Anastácio

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 19/04/2017
Horário 09:32
 

O manancial da bacia do alto curso do Rio Santo Anastácio possui 3.197,27 hectares de APPs (áreas de preservação permanente), dos quais pouco mais de um quarto (823,68 ha) possui vegetação arbórea. Os demais 74,24% dessas áreas, que somam 2.373,59 ha, precisam ser recuperados, apontam estudos realizados pela FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Presidente Prudente.

A informação foi trazida pelo docente Antonio Cezar Leal, durante o Workshop Técnico sobre Restauração Ecológica realizado ontem, no âmbito do convênio entre a SMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) e a FCT/Unesp, que tem como finalidade estabelecer e regulamentar um programa de cooperação institucional para o desenvolvimento dos planos de trabalhos em resíduos sólidos e restauração ecológica.

Jornal O Imparcial
Dados foram apresentados ontem durante evento sobre restauração ecológica, na FCT/Unesp

Após as apresentações, os integrantes foram divididos em grupos para o estabelecimento de áreas prioritárias para receber a restauração, dentro da bacia, sugestões que serão analisadas hoje para a definição dos critérios.

No evento, o secretário-executivo adjunto do CBH-PP (Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema), Murilo Cavalheiro, trouxe dados a respeito da bacia do alto curso do Rio Santo Anastácio, que possui 19.770 hectares que cortam diversos municípios da região de Prudente. Ele abordou o Dossiê das UGHRIs (Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos) do Estado de São Paulo, realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2012.

Segundo as informações, na época, foram identificados 3.261 pontos de erosão na área rural da UGHRI-22, que abrange o Pontal do Paranapanema, além de outras 104 erosões urbanas, totalizando 3.365 ravinas e boçorocas, boa parte delas concentrada na bacia do Santo Anastácio, que possui alta suscetibilidade à erosão, baixa cobertura vegetal e ausência de mata ciliar. Representando o Programa Nascentes da SMA, Juliana Ortega reforçou a importância do trabalho em conjunto com atores da restauração no oeste paulista para a definição de áreas para recuperação ecológica.

 

O evento

O objeto principal do evento, que terá continuidade hoje, foi desenvolver um conjunto de ações que contribuam para a proteção dos recursos hídricos e a recuperação, restauração e preservação de áreas relevantes, tais como áreas de preservação permanente, na UGRHI-22 e, notadamente, na bacia do manancial do alto curso do Rio Santo Anastácio, que abastece cerca de 30% da cidade de Presidente Prudente.

O Plano de Trabalho em Restauração Ecológica prevê o desenvolvimento de ações em seis etapas, que incluem: organização e disponibilização de dados; organização de eventos para divulgação e discussões de temas afetos à restauração ecológica; capacitação técnica de agentes da Unesp, na temática de restauração ecológica; adequação de pesquisas em andamento e futuras em temáticas relevantes para os objetivos do programa nascentes; realização de cursos de capacitação/extensão e projetos de extensão em temáticas relevantes para os objetivos do Programa Nascentes; e estudo das informações ambientais e socioeconômicas.

 
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