A 12ª cirurgia nos joelhos: minha história

OPINIÃO - Nelson Carneiro

Data 12/04/2023
Horário 05:00

“Em 1986, eu sofri um grave acidente quando trabalhava como domador de cavalos numa fazenda no Mato Grosso do Sul. Estava sentado no para-lama de um trator em movimento que corria muito. Num certo momento, escorreguei, caí sobre o pneu que me jogou para frente e passou por cima de mim. Por sorte, a terra havia sido tombada e eu afundei. Mesmo assim, tive quatro fraturas no quadril e uma torção na coluna. Isto fez com que eu ficasse com uma perna cinco centímetros menor do que a outra.
Em 1996, comecei a dar aulas de capoeira (iniciei na capoeira em 1979), logo já estava ministrando aulas em diversas academias e clubes). Nesse sentido, eu dava aula em um lugar e corria para outra aula, e assim era de manhã e à noite, os movimentos básicos da capoeira eram repetidos em todas as aulas, principalmente as esquivas, que são a defesa na capoeira. Logo, eu comecei a ter problemas no ligamento cruzado anterior (LCA) e no menisco. Em 2000, eu galguei o terceiro lugar no Campeonato Mundial de Capoeira, em 2004 e 2007 fiquei em 4º lugar. Depois da primeira cirurgia, que foi em 2002, frequentemente meu LCA rompia. Passei por nove cirurgias nos joelhos, até descobrir que as cirurgias realizadas eram de correção, ou seja, os médicos não trataram das causas.
Quando eu já estava com minha nona cirurgia marcada, minha esposa me fez passar por uma consulta com o um ortopedista especialista em joelhos, super atualizado e com experiência com atletas, e também é um atleta. Logo na primeira consulta, ele me falou que a causa das lesões era joelho varo. Esta condição faz com que as pernas fiquem arqueadas para fora, como se a pessoa estivesse montada em um cavalo, por exemplo. Isso faz com que o peso do corpo fique mais apoiado no côndilo medial, causando artrose.
Então, realizamos cirurgia de correção chamada de osteotomia, nos dois joelhos. A primeira foi em 2018, na perna direita. Em 2022, fiz outra na perna esquerda, após a correção, o peso do corpo foi mais distribuído para os côndilos laterais que eram mais preservados.
Toda essa experiência prática me motivou a estudar muito para entender e melhorar meus problemas nos joelhos (conhecimento científico), além de melhorar minha performance para disputar campeonatos de capoeira. Com isso, hoje minha formação é em Educação Física, duas pós, mestrado e estou no último ano do meu doutorado, inclusive já qualifiquei. Sou autor de dois livros de capoeira e treinamento, ministrei cursos de capoeira em oito países, também em vários mundiais de capoeira, bem como em vários Estados brasileiros. Graças a Deus, a minha esposa e minha família que sempre me incentivaram.
Tenho muita gratidão ao Dr. Gabriel Quialheiro, que conseguiu, além de melhorar minha qualidade de vida, me proporcionar vários momentos de alegria praticando capoeira, musculação e outros esportes.
De acordo com meu médico, se não tivesse realizado fortalecimento muscular, que é muito importante, eu não estaria andando mais, hoje.
Este é o relato que eu quero deixar a todos. “Esta é a minha história”.
 

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