"Sou prudentino de corpo e alma". Não é uma mera constatação, é um juramento gravado a fogo nas veias, uma tatuagem invisível que arde e guia. Aonde quer que o vento me leve, para onde a vida me empurre, essa aldeia não será apenas lembrada; ela será pintada, recriada, transfigurada em cada paisagem que meus olhos encontrarem. É algo que se visita; é algo que se incorpora, que se funde ao seu próprio ser.
Sua alma... Ah, a alma do prudentino! Ela não cativa, ela arrebata. É um turbilhão de memórias e sensações que se manifesta no cheiro denso dessa terra de desbravadores. Louvores a Marcondes e a Goulart que aqui vieram para desbravar. Essa alma multifacetada se revela nos cafés da manhã com pão com manteiga, nas rodas de tereré, nas caminhadas pelo Parque do Povo, pelo calçadão, que celebram a amizade, no silêncio reverente das igrejas e na euforia das sextas feiras nos restaurantes ou bares da cidade. É uma melodia complexa, às vezes doce, às vezes áspera, mas sempre autêntica.
É a terra dos sete sóis. Não é um apelido, é uma profecia. É o presságio de um calor que não apenas aquece o sangue, mas o inflama, o torna vulcânico. São esses sete sóis que se derramam sobre o asfalto, que bronzeiam os corações e mentes até a doçura máxima, que incendeiam o horizonte ao entardecer, pintando o céu com tons de brasa e ouro. As fotos do pôr do Sol tirada das lentes mágicas da máquina fotográfica do amigo e Mago, Lourivalter, demonstram uma paisagem digna de um quadro pintado por Deus. Esse fogo primordial que corre em minhas veias, um sangue prudentino que me impulsiona não apenas ao infinito, mas ao indizível, ao inatingível.
Esse infinito não é um lugar distante; é um estado de espírito, uma promessa de possibilidades sem fim que a cidade sussurra em cada brisa. É a certeza de que a cada novo dia sob esses sóis, há uma nova história a ser escrita, um novo sonho a ser cultivado. Presidente Prudente não é apenas o ponto de partida; é a bússola que aponta para todas as direções, é a âncora que, paradoxalmente, permite que você voe mais alto.
Minha paixão não é apenas um sentimento; é um manifesto, uma revolução silenciosa que proclama a essência de ser prudentino. Ela ressoa com cada filho dessa terra que, mesmo distante, sente o puxão invisível, o chamado irrefutável do lar. Não se trata de uma simples saudade, mas de uma fome insaciável pela familiaridade das ruas, pela melodia das vozes amigas, pela sensação de pertencimento que só se encontra onde a alma foi forjada.
Sim, sempre pintarei essa minha aldeia aonde estiver e me sentirei universal. Não com tintas, mas com a vivacidade das suas memórias, com a profundidade das suas raízes, com a intensidade do seu amor inabalável. Porque Presidente Prudente, com sua alma que arrebata e seus sete sóis que incendeiam, é mais do que uma cidade no mapa. É um universo particular, um eco perene na vastidão do seu ser, um fogo eterno que aquece meu sangue e ilumina cada passo em direção ao infinito que cada prudentino carrega dentro de si. Eh chão quente, terra boa é Prudente. “É Noís”.