A nutrição e seus destinos

Pergunto para as mães que se encontram com seus “ninhos vazios”, como estão? Aqui em casa os meus três filhos dirigiram-se aos seus novos destinos. São adultos e seguiram com diferentes desdobramentos naturais, em direção às muitas conquistas. Hoje somos avós. Uma experiência rica envolvendo muita felicidade; pulsão de vida. Nosso “ninho” vive cheio de expectativas e surpresas. Agora, os filhos estão nos seus próprios “ninhos”. Somos de certa maneira, dispensáveis. Cortamos mutualmente nossos “cordões umbilicais”! 
Como mãe, reconheço, emocionalmente, que os costumes e hábitos modificaram com a saída dos três. Os cafés da manhã, almoços e jantares eram muito movimentados. Muita comida, diariamente, sendo produzida e a despensa cheia. Hoje a despensa ficou diminuída. Muitas vezes, nós dois, fazemos as refeições fora de casa. Esses dias inventei de fazer um prato para o almoço em casa. E havia na despensa os ingredientes e juntei tudo. Iniciei o seu preparo. Quando me dei conta ao iniciar, faltava o que daria liga nas “porpetas” ao molho: os ovos. Então, pensei: e agora? Foi quando veio em minha mente, a casa da infância. Lembrei nesse momento de mamãe e o meu prato favorito, carne moída com batatas ao molho de tomate. E fiz. 
Minha mãe faleceu há dois anos. Penso que a forma como ela nos nutria era mais do que um simples alimentar físico e sólido. Era o alimento chamado afeto amoroso. Quando somos amados e desejados desde nossa concepção, introjetamos amor e podemos assim projetar o amor. Assim sendo, multiplicamos e fertilizamos amor, bondade e o bem. E permanecemos com esse objeto bom internamente. A mãe fica dentro e jamais a esqueceremos. Permanece na memória por tempo indeterminado. O seio bom que nos fornece o leite, fornece muito mais que o leitinho quente, emana afeto e aconchego. Dormimos nesse ato de mansidão. 
Os destinos dessa boa nutrição materna levam a muitos caminhos em direção ao bem e saúde mental saudável. “O mais feliz dos homens, disse Goethe em certa ocasião, é aquele que consegue ligar o fim de sua vida ao início”. Os avós também têm uma função emocional fundamental. Goethe relata sobre um presente que sua avó deu para ele, na ocasião do Natal em 1753, aos 4 anos: “Numa noite de Natal, porém, ela coroou todas as suas bondades ao nos apresentar um teatro de bonecos (marionetes) e, com isso, criar um novo mundo na velha casa”. 
Uma boa infância, uma amorosa nutrição emocional e psíquica, além da fisiológica, faz uma reconciliação feliz entre a infância, adolescência, fase adulta e a idosa. Os filhos crescem, transformam formando suas próprias famílias. E enchem novamente a casa com seus bebês, brinquedos, berços, bonecas de pano, cadeirinhas para papinha, etc. A vida é um ciclo, um círculo ou uma circunferência, onde o raio do diâmetro poderá ter o comprimento do tamanho do seu amor.  Feliz Dia das Mães!

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