Abandono de veículos é mais uma ameaça à saúde

EDITORIAL -

Data 19/02/2021
Horário 04:15

O abandono de veículos em vias públicas não é de hoje e é uma realidade em diversas cidades brasileiras. Como se não bastassem o lixo acumulado em caçambas ou em terrenos baldios, e a falta de conscientização de alguns moradores para manter o seu quintal limpo, Presidente Prudente também convive há anos com este problema. Não é um, nem dois ou três, são vários carros, a maioria em estado de sucata, largados em diferentes locais. Ninguém sabe quem são os proprietários, algumas pessoas até desconfiam, mas poucas se arriscam a dizer. 
Os veículos ficam meses parados, ocupam vagas de estacionamento, atrapalham o trânsito, acumulam sujeira e, o pior, são propícios para proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
Com o objetivo de amenizar o problema - evitando até mesmo que eles sejam utilizados para ações ilícitas - e a meta de retirar cerca de 80 veículos que estão abandonados nas ruas da cidade, a Prefeitura de Prudente, por meio da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana), iniciou nesta semana a Operação Lata Velha, que é feita juntamente com o Projeto Zeladoria, executado pela Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento).
O trabalho, realizado em diferentes pontos, é baseado na Lei Municipal 7.628/2011, que garante o direito do recolhimento, após a notificação ao dono e o prazo de dez dias para cumprir a determinação. Caso o responsável não se manifeste, a situação é caracterizada como abandono e o carro é encaminhado ao pátio de apreensão. A partir daí, o dono do veículo tem 90 dias para retirá-lo, mediante o pagamento de taxas e multas, ou o mesmo vai a leilão.
Um carro nesta situação - sujo, com pneu murcho, lataria amassada e com os vidros quebrados e abertos - pode trazer inúmeros riscos, inclusive às crianças, que brincam por aí, podendo se machucar, ser picadas por um bicho e até pegar uma infecção.  
Somente neste ano, conforme a última atualização da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), já foram confirmados 13 registros positivos de dengue na cidade, além de 192 casos suspeitos, que seguem em investigação. A situação preocupa, porque as pessoas nunca se lembram de fazer o “dever de casa”. Ações simples, como a limpeza do quintal e a eliminação de possíveis criadouros, fazem toda a diferença.
Mais do que cuidar do que é seu ou dar uma destinação correta para o que não lhe serve mais, a sociedade pode contribuir, denunciando. O que não dá é para ficar parado, só observando...
 

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