Abilio Diniz

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista contra o falso e o cadafalso

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 22/02/2024
Horário 05:30

Abilio Diniz vendeu muito pão e açúcar. Resultado: Pão de Açúcar. Era do ramo. Diniz ajudou a alavancar o supermercado no Brasil com a ajuda da família e de ótimos auxiliares. Balzac dizia que em toda fortuna há um roubo. Pode haver exagero na observação do filósofo francês até porque tem gente que enriquece pelo próprio esforço trabalhando duro feito um condenado, como se dizia em outros tempos mais charmosos. Que eu saiba, Diniz arregaçou as mangas e foi à luta. Trabalhou duro e, ao partir aos 87 anos no último domingo, deixou sua marca no meio empresarial brasileiro.
Dizem que deixou uma fortuna avaliada em R$ 10 bilhões e, segundo o DCM (Diário do Centro do Mundo), já começaram as especulações sobre a partilha da herança, que, convenhamos, é uma grana preta e de outras cores. Certamente tudo já está sendo encaminhado e não haverá disputa sobre quem ficará com o maior "naco". Ou com a parte do leão. Também dizem que Diniz tinha uma certa preocupação com isso. Ele cuidava da saúde e gostava de esquiar em Aspen, no Colorado (EUA). Volta e meia se mandava para Aspen. Viveu bem, com muito dinheiro no bolso e saúde para dar e vender.
Enfrentou uma tragédia pessoal dolorosa e triste. Aliás, bota triste nisso. Diniz perdeu um filho, a pior coisa que pode acontecer a um pai ou a uma mãe. "A dor que sinto é inexplicável", dizia ele com olhar triste. Evidente que é inexplicável. Foi amigo de presidentes, incluindo Lula, que o chamou para fazer parte do Conselhão. Há um detalhe que eu não sabia. Ele era filantropo. Gostei de saber disso. Durante a pandemia, Diniz doou R$ 50 milhões para ajudar as pessoas mais carentes e vulneráveis. Ao que parece, essa grana toda era o valor da quantidade de alimentos doados. Entidades também foram beneficiadas, como a CUF (Central Única das Favelas). 
Um líder comunitário compareceu ao velório e fez rasgados elogios a Diniz. Vejam bem: gente do povo elogiando o grande empresário, um dos maiores do Brasil. Aliás, muita gente compareceu ao velório no Morumbi, o estádio do São Paulo, time para o qual ele torcia. Como todo torcedor fanático, ele ficava inconsolável quando o time perdia jogos. Ao ser entrevistado pela CNN Brasil, Abilio Diniz brincou sobre a lápide que queria em seu túmulo: "Estou aqui, mas contra a minha vontade". Nem Groucho Marx diria melhor.

P.S.: Sabe qual foi a repercussão mundial da crítica do Lula contra a genocídio em Gaza? Zero. A imprensa internacional deu apenas notinhas, enquanto a "Grande Emprença" brasileira ficou histérica e não economizou nas bobagens. Que eu saiba, nenhum chefe de Estado ou de governo comentou a fala do brasileiro, elogiada por rabinos ortodoxos de Israel. Os rabinos consideram Bibi Cramulhão pior do que Hitler.  Vão prender os rabinos? E mais: por causa dos protestos contra o governo, a polícia israelense está interrogando parentes de pessoas capturadas pelo Hamas. É assim que o mundo é.

DROPS

Ame o próximo. O distante também.

O amor está no ar. O ódio também.

O grilo falante só fala o necessário.

Era tão discreto que tinha boca de siri e de outros crustáceos

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