Abre e fecha do varejo prudentino afeta comerciantes e funcionários

Sincomércio aponta que mais de 30 lojas do Centro da cidade foram fechadas durante a pandemia; banco de currículos tem cerca de 2 mil pessoas

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 23/02/2021
Horário 16:20
Foto: AI Sincomércio
Comércio prudentino está pela sétima vez na fase vermelha do Plano São Paulo
Comércio prudentino está pela sétima vez na fase vermelha do Plano São Paulo

A mudança frequente dos decretos municipais e estaduais provocam apreensão nos empresários prudentinos, que, após quase dois meses com as lojas fechadas, reabriram em janeiro. Porém, 15 dias depois, o comércio não essencial de Presidente Prudente teve que baixar novamente as portas, estando pela sétima vez na fase vermelha do Plano São Paulo.

Na cidade, com base nas informações que chegam até o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), só no Centro da cidade, mais de 30 lojas foram fechadas durante este período, que se estende de março de 2020 aos dias atuais. “Só em nosso banco de currículos, temos, hoje, cerca de 2 mil pessoas”, destacou o presidente do sindicato, Vitalino Crellis.

Para ele, a situação é complexa porque não há como tomar decisões a longo prazo, já que "na semana seguinte, o governo determina que pode trabalhar de novo e, mais na frente, decide pelo fechamento total". Além disso, questões que vão desde funcionários e benefícios trabalhistas até estoques são agravadas pela instabilidade de decisões como essa. O presidente ainda afirma que essa situação afeta a todos, pequenos e grandes comerciantes, donos dos prédios e os funcionários. 

Sem perspectivas

"Sou vendedora há 40 anos no comércio local e essa situação de 'abre e fecha' é extremamente triste. A economia não anda e nós, funcionários, sofremos porque dependemos das vendas, das comissões. O orçamento em casa não diminui, pelo contrário, aumenta! Ficamos sem perspectiva para vender e para comprar", diz Sueli Marcolino de Almeida, funcionária de uma loja de calçados no Centro de Prudente.

O proprietário da loja Forró Confecções, Geraldo Mendes Ferraz, lamenta a situação. "As despesas são fixas: aluguéis, funcionários, escritório de contabilidade, IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], alvarás de licenciamento, impostos e compras que não conseguimos vender e temos que pagar. Quando o comércio começa a dar alguns passos, vem a 'bomba'. Vai completar um ano deste abre e fecha, queimando todas as nossas reservas. Fechar o comércio não é a solução para o Covid!", avalia.

A visão do Rodrigo Yukio Kitamura, proprietário da loja PrudenMóveis, não é diferente. "Cria-se uma grande instabilidade e não conseguimos planejar a compra de nossos estoques, com receio de o governo decretar o fechamento do comércio e a empresa não conseguir honrar seus fornecedores. O que nos preocupa também é a situação dos nossos funcionários, pois procuramos preservar todos os empregos", pondera.

"Fechamento injusto"

Para o Sincomércio, grande parte dos impactos negativos sobre a estrutura varejista se explica pelas ações adotadas para controlar a pandemia de Covid-19, como as restrições de circulação de pessoas e o fechamento de lojas físicas durante a primeira metade do ano. 

"Os estabelecimentos estão tomando os cuidados e seguindo os protocolos de segurança. A aglomeração não acontece dentro dos estabelecimentos, então é injusto fechar o comércio. Sem trabalhar, as pessoas irão buscar o que fazer, correndo risco de aglomerarem em outros lugares", conclui.

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