Adoçantes no lugar do açúcar: nutricionista alerta sobre consumo de refrigerantes zero

Embora sem calorias, bebidas da linha zero mantêm riscos à saúde quando consumidas com frequência, diz Edna Pezzotti

Saúde & Bem Estar - CAIO GERVAZONI

Data 09/08/2025
Horário 07:27
Foto: Freepik
Conforme nutricionista, principal recomendação é reduzir consumo de bebidas açucaradas e ultraprocessadas e isso inclui as versões zero
Conforme nutricionista, principal recomendação é reduzir consumo de bebidas açucaradas e ultraprocessadas e isso inclui as versões zero

O aumento na procura por refrigerantes zero açúcar é visível nas prateleiras e nos carrinhos de supermercado. Dados da Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres) mostram que o mercado de bebidas dietéticas e de baixas calorias no Brasil cresceu 20,6% entre janeiro e setembro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

Mas, afinal, essas bebidas são mais saudáveis do que as versões tradicionais? Para a nutricionista Edna Pezzotti, de Presidente Prudente, a resposta é direta: “Os refrigerantes zero não são saudáveis, eles apenas não contêm açúcar”, inicia. 

Segundo ela, apesar de parecerem uma alternativa melhor por não conterem calorias, essas bebidas seguem sendo ultraprocessadas, com alta carga de aditivos como corantes e adoçantes artificiais. “Embora os adoçantes sejam considerados seguros em quantidades moderadas, o consumo frequente está associado a hábitos alimentares menos saudáveis e pode estar ligado a um maior risco de doenças crônicas ao longo do tempo”, afirmou a nutricionista em entrevista à reportagem de O Imparcial

Substituição consciente

Edna destaca que os refrigerantes zero podem funcionar como um passo intermediário para quem está tentando reduzir o açúcar, mas não devem ser encarados como recomendação nutricional. “Embora não tenham calorias, contêm adoçantes e aditivos que podem ter efeitos indesejáveis se consumidos com frequência. No entanto, para pessoas acostumadas a consumir refrigerantes tradicionais todos os dias, as versões zero podem servir como uma alternativa de transição, ajudando a reduzir o açúcar e facilitando a redução ou interrupção do hábito”. 

Riscos e dúvidas

O uso contínuo de adoçantes artificiais ainda é motivo de preocupação em diversos estudos. De acordo com a nutricionista, pesquisas indicam que esses compostos podem alterar a microbiota intestinal, aumentar o desejo por doces e até prejudicar o controle da glicemia. “Isso pode elevar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Ou seja, vejo que seu uso deve ser feito com muita cautela e de forma esporádica”, alerta.

Sobre o controle de peso, outra promessa comum dos refrigerantes zero, Edna pondera: “Elas podem ajudar no controle calórico imediato, já que não têm açúcar. Mas o efeito no peso corporal é controverso: algumas pesquisas sugerem que o uso habitual pode aumentar a preferência por sabores doces ou levar a compensações em outras refeições. Por isso, não são garantia de emagrecimento, pois o controle de peso depende do conjunto da alimentação e dos hábitos de vida”, explica a nutricionista. 

E para quem tem diabetes?

Em relação a pessoas com restrição ao açúcar, como diabéticos, a especialista reconhece que o refrigerante zero pode ser uma alternativa pontual, por não elevar a glicemia. Mas reforça: “Isso não significa que ele seja indicado na rotina alimentar. Sempre será melhor priorizar água, chás sem açúcar ou água saborizada com frutas”. 

“Reduzir é o ideal"

Segundo Edna, a principal recomendação é reduzir o consumo de bebidas açucaradas e ultraprocessadas e isso inclui as versões zero. “Mesmo sem açúcar, refrigerantes não oferecem nenhum benefício nutricional. O ideal é reduzir o consumo como um todo e adotar hábitos mais saudáveis”.

Por fim, a nutricionista reforça: “No fim, nenhum alimento isolado define a saúde: o mais importante é manter uma rotina equilibrada e consciente”. 

Cedida/Arquivo pessoal

Mesmo sem açúcar, refrigerantes não oferecem nenhum benefício nutricional, pontua nutricionista Edna Pezzotti

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