A presença da farmacêutica e especialista em acreditação hospitalar, Alexia Costa, em Presidente Prudente nesta quinta-feira (24), marcou mais do que a entrega da certificação nível 3 do programa Closer to Zero ao Hospital Iamada. Em entrevista especial, a fundadora e diretora técnico-científica do Grupo IBES destacou o papel transformador das certificações para instituições de saúde, equipes e, sobretudo, para os pacientes.
Com mais de 20 anos de experiência na área, Alexia é referência internacional. Avaliadora líder da ONA (Organização Nacional de Acreditação) e da ACSA (Acreditação Europeia), membro da ISQua e de diversos comitês globais, ela é uma das principais vozes na defesa da segurança e da experiência do paciente no Brasil.
Segundo Alexia, a certificação é muito mais do que um selo. "Ela representa o reconhecimento de que uma organização implementou estratégias comprovadas, auditadas por uma equipe imparcial. Isso a diferencia no mercado e mostra o compromisso real com a excelência", explica.
A especialista destaca que o processo é voluntário e criterioso, exigindo comprovações constantes. “Toda vez que um familiar ou paciente buscar atendimento, é essencial observar se a instituição tem alguma certificação. Isso é um sinal de que ela buscou, por vontade própria, validar suas boas práticas”, reforça.
Ao ser questionada sobre os impactos práticos da certificação, Alexia é categórica: “O primeiro benefício é a segurança do paciente. O segundo é o orgulho da equipe — os colaboradores entendem que trabalham em uma instituição comprometida com eles e com os usuários. Isso transforma o clima organizacional”.
Ela explica que a melhoria contínua é um pilar das certificações, e que os processos são constantemente reavaliados. “Sempre haverá pontos de melhoria, e garantir que essas melhorias sejam sustentáveis é o grande desafio”, afirma.
Muitas instituições, segundo Alexia, enfrentam dificuldades ao tentar conquistar uma certificação por falta de apoio técnico. “O grande obstáculo é não compreender o método. As organizações precisam de um processo educativo claro, que ajude a entender onde estão e como podem evoluir. Esse é o papel das entidades acreditadoras sérias”, afirma.
Alexia também enfatiza a importância da experiência do paciente no contexto da saúde moderna. “Hoje, não basta buscar a cura. É preciso garantir que a jornada do paciente seja segura, humanizada e livre de danos evitáveis. Esse é o novo padrão de excelência”.
Ela destaca que estamos vivendo uma era de profundas mudanças, como o avanço da inteligência artificial e a disseminação do conceito de cultura justa, que busca equilibrar diretrizes e acolhimento ao lidar com erros humanos nas organizações.
Leia mais:
Hospital Iamada recebe certificação nível 3 do programa Closer to Zero