Amamentação: jornada de amor e saúde para mãe e bebê

Pesquisas identificaram que períodos mais longos de amamentação foram associados com menor risco de obesidade, diabetes, entre outras doenças, explica a pediatra Simone Ferrari Naufal Lívero

Saúde & Bem Estar - Cassia Motta

Data 17/08/2025
Horário 07:12
Foto: Freepik
Amamentar: conexão entre mãe e filho
Amamentar: conexão entre mãe e filho

O mês de agosto é conhecido como “Agosto Dourado”, por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.

Segundo a médica pediatra Simone Ferrari Naufal Lívero, de Presidente Prudente, nos dias atuais, as crianças ainda enfrentam ameaças para o seu bem-estar como o aumento da prevalência de obesidade e a persistência da desnutrição. “A amamentação, cujas vantagens são amplamente conhecidas, tem papel central em mitigar essa dupla carga de má-nutrição, pois, além de corresponder a uma dieta de alta qualidade, também diminui a morbidade e mortalidade infantil, melhora o desenvolvimento na infância e promove a saúde materna, com consequente impacto positivo na economia”.

A pediatra explica que tanto a desnutrição como o sobrepeso comprometem a saúde, e o seu surgimento cedo, na infância, é particularmente prejudicial. “Crianças saudáveis aprendem melhor, e tornam-se pessoas mais fortes, mais produtivas e mais capazes de criar oportunidade, o que é importante não só para sua saúde e seu sucesso como adulto, mas também para o bem-estar da sociedade”.

Importância do leite materno

Simone ressalta que pesquisas identificaram que períodos mais longos de amamentação foram associados com menor risco de sobrepeso e obesidade, diabetes tipo 2, leucemia infantil e de ocorrência de mal oclusões dentais. Também foi observado possível efeito protetor contra a diabetes tipo 1 e melhor performance em testes de inteligência. 

“O leite humano não é só um alimento. Ele é um sistema complexo, que além de conter uma combinação perfeita de macro e micronutrientes, hormônios, fatores de crescimento, anticorpos, entre outros, fornece continuamente bactérias benéficas ao intestino infantil. O leite materno está repleto de bactérias - isso é bom para o bebê. É a ‘programação’ metabólica e imunológica de mãe para filho”.

O aleitamento materno protege o bebê de infecções, principalmente por meio dos anticorpos IgA secretores, mas também por meio de vários outros fatores bioativos, com ação anti-inflamatória.

Benefícios para a mãe

Para a mãe, de acordo com a pediatra, o aleitamento materno promove menor risco de hemorragia e anemia pós-parto, previne doenças como câncer de mama e ovário, além de diabetes. “Amamentar fortalece o vínculo com o seu bebê, e por ser um ato prazeroso, reduz o risco de depressão pós-parto”.

Ela cita que também há estudos que demonstram melhor controle da pressão arterial e menor risco de doenças cardiovasculares em mães que amamentaram seus filhos.

Segundo a médica, a Sociedade Brasileira de Pediatria apoia o aleitamento materno até 2 anos ou mais, ou seja, não existe uma idade para o bebê parar de mamar. “Amamentar é quando o amor transborda em forma de alimento e vai muito além de nutrir, já que é um momento único entre mãe e filho, fortalecendo o vínculo afetivo e promovendo a saúde da criança e da mãe”.

Cedida


Médica pediatra Simone Ferrari Naufal Lívero

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