Amar é dialogar

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 11/04/2021
Horário 05:40

Podemos dialogar? Completamos o ciclo quaresmal. Nesse período de contrição a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 estimulou o interesse salutar acerca do diálogo ecumênico, com o tema: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. É chegada a oportunidade de transpormos as reflexões. É tempo Pascal. Ocasião para agirmos. Mostrar com a nossa vida que somos fonte do diálogo. Páscoa é a vitória da existência sobre a ausência. Aquilo que é ausente em nós enquanto virtude, necessariamente deve nascer. Pensa-se que grandes barreiras para que o diálogo exista sejam: a dificuldade da língua e a multiplicidade de culturas. Nem sempre! Sendo o meio de comunicação mais simples, se torna muitas vezes o mais embaraçoso. Um diálogo pode expor sentimentos e sanar conflitos, além de ser ainda a melhor alternativa para a solução de contrariedades. Existe uma beleza no diálogo! Diálogo pressupõe a união de todas as virtudes humanas. Quem dialoga é alguém virtuoso. Num mundo polarizado, o diálogo é o antídoto. Um bom início para um diálogo frutuoso é saber ouvir. Como é agradável ouvir quando o amor é o fundamento de quem fala. Caso isso falte, entraremos no campo do fanatismo. E fanatismo mata! Para dialogar com fanáticos use do silêncio caridoso. Já pensou se Deus, amparado por inúmeros argumentos cabíveis, não desejasse dialogar conosco? Que bom que Ele desejou dialogar com cada um de nós. Esse diálogo nos salvou (cf. 1Jo 4,10). Deus não é um Deus fanático, mas um Deus dialógico. Deus dialogou na prática: mandou Jesus dialogar com nosso pecado! Fomos salvos por esse santo diálogo. Absolutamente nada, exceto o amor, deve motivar o diálogo. Para quem está aberto ao diálogo: vamos juntos! Aos que não se abrem ao diálogo: vamos juntos? Não sejamos tão pequenos ao ponto de não conseguir dialogar. A verdade não necessita de justificação. Diálogo nenhum isenta a minha ou a sua verdade. Diálogo se dá justamente entre iguais e diferentes. Mas que ele nunca aconteça entre egocêntricos. Tenhamos amor em nossas relações. Se o amor salvará o mundo, ele pode salvar as relações desgastadas e distantes. Ninguém pode impedir um diálogo que se fez cúmplice da compreensão. Percorremos o deserto quaresmal dialogando com nossas misérias. Por isso vencemos. Que a Páscoa traga o real desejo de dialogarmos com todos os corações. Somos povo cristão. Povo do diálogo. Amemos ao dialogar. Dialoguemos amando. Podemos tentar? Amar é dialogar! (Autor: Diácono Rafael Moreira Campos)

Pedir a graça do perdão e do amor
Instituída por S. João Paulo II, a Festa da Divina Misericórdia, foi citada pelo papa Francisco: “a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de fraterna solidariedade... Cristo nos recordou que o homem não somente recebe e experimenta a misericórdia de Deus, como também é chamado a ‘usar misericórdia’ para com os outros: Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia (Mt 5,7)... Dirijamo-nos confiantes a Cristo misericordioso e peçamos a graça do perdão e do amor operoso pelo próximo”, exortou o santo padre.

Liturgia
2º Domingo da Páscoa – Festa da Divina Misericórdia

Leituras: Atos 4,32-35; Salmo 117/118; 1 João 5,1-6; João 20,19-31
I.- Antífona de Entrada: Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação, aleluia! (1Pd 2,2)
II.- Acreditando no Senhor ressuscitado. Nós acreditamos que Cristo ressuscitou e vive para sempre. O que significa para nós essa fé? Jesus está vivo para nós ao ponto de poder encontrá-lo pessoalmente em oração, ouvindo-o e falando com Ele como um amigo para um amigo, de coração para coração? Nós tocamos suas feridas nos irmãos feridos pela vida, em seus corpos ou em seus corações? Nós o encontramos em nossas próprias tristezas? Nós o encontramos em nossas alegrias e nas alegrias de nossos amigos? Jesus está vivo em nossa comunidade cristã e o encontramos lá? Peçamos ao Senhor na Eucaristia dominical que o encontremos vivo e real a cada um de nós.
III.- Leituras: 1) Um só coração e uma só alma. Os membros das primeiras comunidades cristãs acreditavam firmemente que o Senhor ressuscitado estava vivo entre eles. Por causa dessa fé, eles eram “um só coração e uma só alma” e compartilhavam com os necessitados. Nós também temos essa fé e esse amor? 2) Uma Vida de Fé e Amor. Aqueles que acreditam em Deus e em seu Filho, o Cristo ressuscitado, também amam o próximo. Eles pertencem à família de Deus, como nós, embora às vezes outros pareçam parentes estranhos. 3) Da dúvida à fé. Para pessoas como nós, que não viram o Cristo ressuscitado, João conta a história do incrédulo Tomé que se tornou o Tomé crente e fiel.
IV.- Oração: Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do vosso povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o batismo que nos lavou, o espírito que nos deu nova vida e o sangue que nos redimiu.
V.- Para o caminho: Nossa tarefa não é fácil. Somos pessoas com grandes sonhos de formar/ser uma comunidade verdadeira, e de construir um mundo novo/melhor em Cristo. Sabemos que esses sonhos nunca serão realizados com perfeição porque somos limitados, humanos, fracos; mas podemos continuar tentando e crescendo. Esse é o desafio da nossa fé. Podemos fazer isso se Cristo realmente viver entre nós.
 

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