Amigos trazem historiador de volta à música

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 18/01/2017
Horário 09:40
 

Embora tenha pensado desde sempre em fazer carreira como historiador, a música falou mais alto. Aluno de História na USP (Universidade de São Paulo), Victor Mendes chegou a deixar sua arte de lado. Mas, os seus caminhos se cruzaram com duas pessoas muito interessantes ainda na universidade, Paulo Nunes, livreiro e poeta, e Saulo Alves, compositor. Segundo ele, essa amizade foi um divisor de águas em sua vida, trazendo de volta sua vontade de retornar à música. Ele conta que estes dois abriram seus horizontes, aprendeu a tocar viola caipira e mergulhou fundo na música popular brasileira. Foi nessa época que ele foi "apresentado" à obra de Milton Nascimento, que se tornou uma referência em sua vida artística.

Jornal O Imparcial Saulo Alves e Paulo Nunes: os responsáveis em trazer de volta a vontade do cantor Victor Mendes em retornar à música

Os pais, Júlio, engenheiro, e Márcia, professora de inglês,  não se entusiasmaram quando o filho falou do curso de História. Deixaram a critério do filho a escolha profissional, assim como foi com a irmã Lígia, que é administradora de empresas. Mas, não se importaram com o caminho da música, como algumas outras pessoas, entre elas a avó de uma namorada, que virou amiga.

Victor se formou e trabalhou no Museu do Futebol como educador. Em 2009, fundou o Trio José, com Danilo Moura. No início, o grupo de música raiz se apresentava em quermesses em São José dos Campos e em bares de várias cidades do Brasil. Em 2014, o grupo lançou o disco "Puisia".

A experiência de cantar na noite serviu como uma boa escola que o ensinou escolher repertório, a se sair bem em qualquer situação – como conseguir se concentrar no palco apesar do barulho da plateia de um bar –, ou apenas perder a natural timidez.

 

Ainda criança


O contato de Victor com um instrumento musical começou quase por brincadeira, quando aos 11 anos de idade sua mãe comprou um violão para se divertir. Mas, foi ele quem se encantou pela novidade. Começou a dedilhar as cordas por curiosidade e nunca mais largou o instrumento. Juntou-se a amigos no prédio onde morava para tocar até que decidiu aprender de verdade com Marcílio, um professor de violão bem conceituado em São José dos Campos, sua terra natal.

Aluno aplicado e habilidoso, aos 15 anos Victor já tocava bem o violão e ganhou uma guitarra do pai. Montou uma banda de rock, a Ethama (terra, em tupi), onde também era baterista e cantor. Apesar de gostar do que fazia e de ter gravado dois CDs independentes, o objetivo do grupo não era ganhar dinheiro. Valeu como uma mega experiência que durou três anos.

A banda de rock durou até 2006 quando Victor deu adeus a São José dos Campos, fez as malas e foi morar em São Paulo.

 
Publicidade

Veja também