Seguem em andamento na FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) as análises dos dados coletados por representantes dos Departamentos de Cartografia e Física e da vice-direção, no depósito de lixo da Vila Furquim, em Presidente Prudente, palco de um incêndio subterrâneo desde o dia 12 de outubro. Assim que os trabalhos forem concluídos, os resultados serão encaminhados às autoridades competentes.
De acordo com a instituição de ensino, as amostras de solo coletadas no aterro clandestino foram armazenadas em ultrafreezer (-80 ºC), no Lara (Laboratório de Análises de Resíduos Agrotóxicos) da FCT/Unesp, para preservar suas características químicas.
Através da Assessoria de Imprensa da universidade, o técnico do Departamento de Física, José Lucas Martins Viana, indica que, no laboratório, pretende-se determinar as concentrações de metais pesados (como chumbo, cádmio e mercúrio) e de compostos orgânicos possivelmente formados durante a combustão, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) e dioxinas.
“Parâmetros como pH, condutividade e teor de carbono orgânico também podem fornecer pistas que ajudam a entender as alterações químicas provocadas pelo fogo. Esses resultados vão indicar possíveis riscos ambientais e subsidiar futuras ações de monitoramento e recuperação da área”, pontua.
Além de José Lucas, o servidor do Departamento de Cartografia, Caic Chrisostomo Mendonça, captou imagens aéreas do local utilizando drone a fim de estimar o volume do aterro. “Retornamos para o câmpus da Unesp com informações coletadas para que possam ser tratadas. Vamos analisar de que forma a Unesp pode ajudar o poder público a solucionar este problema”, explica o vice-diretor, Prof. Dr. Ricardo Pires de Paula, que também esteve na área do Furquim, acompanhado do secretário municipal de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, e o vice-prefeito, José Osanam, além de representantes do Corpo de Bombeiros, no dia 31 de outubro.
A assessoria da universidade ainda ponta que, na ocasião, Ricardo também acompanhou a captação de imagens por meio de drones, um com uso de câmera térmica do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e outro da empresa Nuvem UAV Drones Profissionais. “Essas imagens serão reunidas no relatório que o Departamento de Cartografia está elaborando sobre o volume da área, a geolocalização e o padrão das manchas de calor”, explica a Unesp.
Monitoramento diário
Como noticiado neste diário, a Prefeitura, por meio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, elaborou de forma técnica e cronológica um relatório com todas as ações adotadas desde o início do incêndio subterrâneo registrado em área particular localizada atrás da escola Sesi (Serviço Social da Indústria). No dia 23 de outubro, quando se deu o encerramento da fase de combate ativo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico interditou formalmente o local e notificou o responsável pela área.
O monitoramento térmico realizado indicou temperaturas de 97 °C na superfície e 190 °C em profundidade, evidenciando o caráter subterrâneo e complexo do incêndio. Desde então, as equipes permanecem em monitoramento diário com câmeras térmicas e acompanhamento ambiental até a eliminação completa de qualquer foco remanescente.

Foto: Arquivo/Prefeitura de Presidente Prudente
Representantes da Unesp, da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros visitaram local dia 31 de outubro