Anestesia em idosos: quais os cuidados?

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 22/02/2023
Horário 04:45

Um dia você poderá ter de dizer: “Papai, terá que ficar em jejum hoje à noite para sua cirurgia de amanhã”.
Quanto mais avançada a idade, com o uso de medicamentos que interagem com a anestesia, grandes procedimentos acompanhados de importantes alterações clínicas resultam em um aumento dos riscos.
Não costumamos estar preparados para procedimentos cirúrgicos, sejam de urgências ou eletivas (programadas), surgindo frequentemente  quadros de angústia, tensão, insônia e medo, que podem exacerbar ainda mais em idosos e nos seus familiares, já que o risco é maior na terceira idade. 
Assim, a realização de exames pré-operatórios e avaliação médicas são necessários para programar uma cirurgia mais segura. Sempre são necessários hemograma, dosagem de açúcar no sangue e coagulação de sangue. Se estão acima de 50 anos, fazem-se raios-X do tórax e eletrocardiograma também. Pode ser necessário solicitar ecocardiograma, provas de função renal e hepática e dosagens das gorduras do sangue. 
Sempre será realizada a avaliação especializada do médico anestesista para identificar e avaliar as condições clínicas e as comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes, análise dos exames e programação da técnica anestésica e o intraoperatório.
Se orientará 8h de jejum para diminuir o risco de bronco aspiração, ou seja, irem líquidos ou comida para os pulmões, manutenção ou suspensão de algum medicamento que possa interferir na anestesia e cirurgia, pesquisa de alergias a medicamentos, alimentos, poeiras, plantas ou pelos de animais, uso de drogas como cigarro, álcool, maconha, cocaína e uso de fitoterápicas como alho, ginseng e ginko biloba, valeriana, kawakawa, erva de São João que deverão ser suspensas sete dias antes da cirurgia.
Dados como peso e altura, uso de próteses ósseas e dentárias removíveis, marcapassos, permeabilidade das vias aéreas superiores, necessidade de sangue para transfusões e de UTI para evitar possíveis alterações ao término da cirurgia são avaliadas. O emprego de medicação ansiolítica poderá ser prescrito.
Com todas estas informações e avaliações, os riscos são informados ao paciente e familiares. Quaisquer alterações que possam comprometer a segurança ou a vida num procedimento eletivo, as cirurgias são remarcadas para outra data para equilibrar.
 

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