Método contra formigas-cortadeiras ajuda a recuperar Mata Atlântica na região

Professora da Unoeste recomendou aplicação de iscas tóxicas, por ser eficiente, prática e com menor impacto ambiental, e produtos foram formulados com sulfluramida

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 20/05/2025
Horário 16:52
Foto: Cedida
Vânia Maria Ramos treinou trabalhadores para aplicação do método
Vânia Maria Ramos treinou trabalhadores para aplicação do método

Treinamentos desenvolvidos por uma professora da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), no Pontal do Paranapanema, ajudaram a aplicar um método eficaz para que o Projeto AR Corredores de Vida (Carbono) – que foca na geração de créditos de carbono – combatesse uma dificuldade desse trabalho: as formigas-cortadeiras, que podem dificultar a restauração da Mata Atlântica.

A missão foi confiada à especialista Vânia Maria Ramos, cuja atuação tem ênfase em entomologia agrícola, principalmente nos temas formigas-cortadeiras, insetos sociais, inseticidas botânicos, entomologia agrícola e manejo de pragas. Ela é engenheira agrônoma com mestrado e doutorado em Agronomia, na área de concentração de entomologia, que estuda os insetos e o controle deles. É professora do curso de Agronomia na Faculdade de Ciências Agrárias, na Unoeste.

A especialista recomendou como método a aplicação de iscas tóxicas, por ser eficiente, prático e com menor impacto ambiental. Os produtos foram formulados com o ingrediente ativo sulfluramida, altamente indicado pela eficiência no controle dos ninhos das formigas.

No final do primeiro semestre do ano passado, foi dado o primeiro treinamento. Os resultados foram bons e, como nem todos os trabalhadores puderem participar, recentemente foi realizado o segundo treinamento.

Em votação no final de 2024, os próprios trabalhadores do projeto, junto aos gestores, elegeram os melhores treinamentos do ano, no aspecto de melhor proveito e mais resultados. Entre eles, estava o de combate às formigas-cortadeiras.

Projeto de restauração

O Projeto AR Corredores de Vida (Carbono) busca contribuir com a conversão de 75 mil hectares de áreas de passivos ambientais em propriedades privadas em áreas restauradas, com cerca de 150 milhões de novas mudas de árvores.

Iniciado em 2021, ele ocorre por meio da parceria entre IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e Biofílica Ambipar Environment. As áreas prioritárias para restauração foram identificadas pelo Mapa dos Sonhos, do IPÊ.

Inicialmente, o projeto atua em sete municípios do extremo oeste paulista: Euclides da Cunha Paulista, Marabá Paulista, Mirante do Paranapanema, Presidente Epitácio, Rosana, Sandovalina e Teodoro Sampaio. Tem ampliação prevista para mais 23, incluindo Presidente Prudente.

A expectativa é atrair empresas interessadas na geração de créditos de carbono. A restauração ocorre por meio do plantio de mudas, enriquecimento ou condução da regeneração, muitas vezes prejudicados ou inviabilizados pelas formigas-cortadeiras.

Publicidade

Veja também