A ansiedade é a sensação de medo que ocorre diante de situações ameaçadoras ou estressantes. Trata-se de uma reação fisiológica que prepara o organismo para lidar com desafios ou ameaças. Nesse sentido, é uma resposta normal diante do perigo, mas, se essa resposta se tornar frequente, intensa ou desproporcional ao estímulo, ela passa a ser considerada patológica, caracterizando os transtornos de ansiedade. Esses transtornos envolvem sintomas como preocupação excessiva, tensão muscular, irritabilidade, dificuldade de concentração, fadiga muscular, insônia, entre outros, podendo comprometer significativamente a qualidade de vida e o desempenho profissional. O Royal College of Psychologists afirma que transtornos de ansiedade, incluindo transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de ansiedade social, afetam cerca de uma em cada dez pessoas.
Com isso, ansiedade no ambiente de trabalho tem se tornado cada vez mais comum devido a diversos fatores, como por exemplo: altas demandas, pressões por resultados, cargas horárias excessivas, ambientes competitivos, instabilidade profissional, e até questões de assédio moral. Esses subsídios favorecem a um estado constante de alerta e tensão visto que, resultam em impactos negativos na saúde física e mental do trabalhador. Além das manifestações emocionais que a ansiedade está diretamente ligada, ela também é capaz de gerar consequências fisiológicas, como alterações no sono, problemas gastrointestinais, dores musculares, alterações respiratórias, e aumento da frequência cardíaca. É nesse sentido, que é de suma importância a participação e a atuação fisioterapêutica, tornando-se um valioso aliado no cuidado integral do trabalhador ansioso.
Contudo, existem várias estratégias de como lidar com a ansiedade no trabalho: identificar os sinais de alerta, buscar apoio profissional, implementar estratégias de autocuidado, gerenciar o tempo e as tarefas, criar um ambiente de trabalho mais saudável entre outras. Mostra-se a importância da atuação multiprofissional na prevenção para evitar que a ansiedade no trabalho se agrave e cause problemas de saúde mais graves. O profissional de fisioterapia do trabalho vai além do tratamento de lesões musculoesqueléticas, como abordagens biopsicossociais podendo desenvolver estratégias específicas para aliviar os sintomas físicos da ansiedade, com a finalidade de promover bem-estar geral.
Essas abordagens pelo fisioterapeuta do trabalho e ergonomia incluem: 1) exercícios de respiração e técnicas de relaxamento, que ajudam a controlar a frequência respiratória e reduzir os níveis de estresse. 2) terapias manuais que auxiliam na redução da tensão muscular e dores provenientes da ansiedade. 3) exercícios físicos terapêuticos, que estimulam a liberação de endorfinas e promovem uma melhora do humor, da autoestima e da qualidade do sono. 4) educação em saúde, promovendo o autocuidado e orientando sobre a ergonomia no trabalho e a importância de realizar pausas ativas e criar rotinas de alongamento durante os ciclos de trabalho. Desta forma é capaz de oferecer espaços saudáveis e humanizados, influenciando e potencializando a melhora da qualidade de vida e desempenho desses trabalhadores dentro das atividades e demandas do trabalho.
