Anunciamos a vida eterna

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 13/12/2020
Horário 06:00

O pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, fez na sexta-feira 11 a segunda pregação do Advento que ele vem desenvolvendo para o papa e a Cúria Romana. As pregações têm sido realizadas às sextas-feiras na Sala Paulo VI e essa teve como tema: “Nós anunciamos a vida eterna”.
Um convite, um comando, perpetuamente atual, dirigido aos pregadores da Igreja: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus”. Cantalamessa afirmou que “Com estas palavras de Isaías começou a primeira leitura do Segundo Domingo do Advento. É um convite, na verdade um comando, perpetuamente atual, dirigido aos pastores e pregadores da Igreja. Queremos hoje receber este convite e meditar sobre o anúncio mais consolador que a fé em Cristo nos oferece”.
A precariedade e a transitoriedade de todas as coisas. Conforme o cardeal capuchino, “a segunda ‘verdade eterna’ que a situação da pandemia trouxe à tona é a precariedade e a transitoriedade de todas as coisas. Tudo passa: riqueza, saúde, beleza, força física. É algo que todos temos diante dos olhos, todo o tempo. Basta comparar as fotos de hoje com as de vinte ou trinta anos atrás, para nos darmos conta. Atordoados pelo ritmo da vida, não fazemos caso de tudo isso, não nos detemos para medir as devidas consequências”.
A tempestade desmascara nossa vulnerabilidade. “Eis que, de repente, tudo o que dávamos por pressuposto se revelou frágil, como uma fina camada de gelo sobre a qual patinamos alegremente, que, improvisamente, rompe-se sob os pés e afundamos”. E, então, ele relembrou palavras do pontífice: “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”.
Redescobrir a fé num mais além. “A crise planetária que estamos vivendo pode ser a ocasião para redescobrir, com certo alívio, não obstante tudo, um ponto firme, um terreno sólido, melhor, uma rocha, sobre a qual fundar a nossa existência terrena. A palavra Páscoa – Pesach, em hebraico – significa passagem e, em latim, traduz-se transitus. Esta palavra evoca, para si, algo de “passageiro” e de “transitório”, portanto, algo de tendencialmente negativo. Santo Agostinho percebeu esta dificuldade e a resolveu de modo luminoso. Fazer a Páscoa significa, sim, passar, mas “passar ao que não passa”; “passar do mundo, para não passar com o mundo”. Passar com o coração, antes de passar com o corpo!”. “O que “nunca passa” é, por definição, a eternidade. Devemos redescobrir a fé em um além da vida”. “Ela nos faz compreender que todos somos companheiros de viagem, em caminho rumo a uma pátria comum onde não existem distinções de raça ou nação”. Não temos em comum só o caminho, mas também a meta.
A fé na vida eterna não se baseia em discutíveis argumentos filosóficos acerca da imortalidade da alma: baseia-se em um fato preciso, a ressurreição de Cristo, e sobre a sua promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. (…) vou preparar-vos um lugar. E depois que eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também”. “Para nós, cristãos, a vida eterna não é uma categoria abstrata, é mais uma pessoa. Significa estar com Jesus, “formar corpo” com ele, compartilhar do seu estado de Ressuscitado na plenitude e na alegria da vida trinitária.” (Vatican News)

Liturgia
3º DOMINGO DO AVENTO (“Gaudete” – Domingo da Alegria)

Leituras: Isaías 61,1-2a.10-11; Cânt. Lucas 1,46-50.53-54; 1 Tessalonicenses 5,16-24; João 1,6-8.19-28: Jesus, Luz do Mundo
I.- Antífona de entrada. Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto. (Fil 4,4-5)
II.- Exultar de alegria. Como é possível que com tantas coisas boas que o Senhor nos concede estejamos frequentemente tristes e aflitos? Temos como dons de Deus as pessoas, a fé, Jesus como companheiro de vida, o Espírito Santo como guia e um Pai do céu que se preocupa. Alegremo-nos, o Senhor está perto! Alegremo-nos, o Senhor está entre nós! Regozijemo-nos, aqui está o Senhor Jesus. E com Ele podemos agradecer e louvar o Pai do céu.
III.- Leituras: 1) A antífona de entrada diz “estai sempre alegres no Senhor”. Isaías repete esse convite a estar alegres porque o profeta transborda de felicidade e alegria com a presença do Senhor. O Espírito Santo ungiu àquele que nos curará, alegrará e nos tirará das prisões para a felicidade e a liberdade. 2) A alegre antífona inicial da missa é do apóstolo São Paulo e de sua 1ª carta aos tessalonicenses. Ele vai além e nos pede firmeza na fé. O Senhor está perto. A espera de sua chegada deve ser um tempo de esperança e de consolidação da fé. Devemos estar cheios de fé para receber o Senhor que já está chegando. 3) João evangelista continua narrando a história do outro João, o Batista, o precursor de Jesus. É o anúncio formal de Deus para a iminente chegada do Messias. Há, portanto, que preparar tudo para essa chegada, melhorando os caminhos e a vida. O grande momento está muito perto.
IV.- Citação: «João reconhece que não é o Cristo, humilha-se. Vê de onde lhe virá a salvação; compreendeu que é uma lâmpada e temeu ser apagada pelo vento do orgulho.» (Santo Agostinho, Sermão 293)
V.- Oração: Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia.
 

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