Aos 62 anos, o carteiro aposentado Joaquim Crisóligo de Vasconcelos chegou, nesta quarta-feira, ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, após 23 dias de caminhada de Presidente Prudente até Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, região nordeste do Estado São Paulo. Segundo ele, esta foi a mais longa das 21 jornadas que ele já fez até a basílica. “Olha, desta vez caminhei de mil a 1,1 mil quilômetros. Cheguei aqui bem, estou inteiro”, relata o aposentado.
“Desde quando tinha 19 anos, fiz um pedido à Nossa Senhora Aparecida e ela me concedeu. Agora, estou pagando a promessa”, expressa Joaquim. O devoto de Nossa Senhora Aparecida descreve que saiu de Prudente na semana posterior ao Dia dos Pais, em meados de agosto. Ele seguiu pelas rodovias Assis Chateaubriand (SP-425), Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) e Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333) até o município de Borborema. “Deu uns 320 km até Borborema. De lá, fui pelo Caminho da Fé até a basílica de Aparecida”, conta o carteiro aposentado.
O Caminho da Fé, de Borborema até Aparecida do Norte, percorre o Ramal Centro Paulista, famoso por ser uma das rotas do turismo religioso que tem como destino o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Além do fator histórico, como patrimônios sacro-religiosos dos séculos passados, o itinerário até Aparecida do Norte passa por diversos biomas - das margens do Rio Tietê às Cuestas Basálticas, onde é possível avistar colinas e morros muito íngremes, com vários paredões.
“A paisagem é incrível, você nem imagina. Principalmente, de Águas da Prata pra cá [Aparecida do Norte]. São montanhas e mais montanhas. Nesse caminho, passei por mais de 70 peregrinos também”, pontua. O devoto relata que rezava o terço enquanto seguia a jornada até a basílica de Nossa Senhora Aparecida. “Muitas vezes, na subida da serra, eu parava, ajoelhava no chão e pedia força pra Deus para continuar caminhando”.
O aposentado narra que andou entre 40 a 60 quilômetros por dia. “Geralmente, saía as cinco da manhã, de madrugada, e caminhava até as sete da noite, quando o sol se punha. Entre às 10h da manhã e meio-dia, quando achava algum lugar, eu parava para me alimentar. Mas a maioria da minha alimentação foi banana e maçã”, narra o devoto. “Fui bem amparado por Deus, pelos anjos e Nossa Senhora, que ia me cobrindo na frente com o manto dela”, completa Joaquim, que deve voltar de ônibus nesta quinta-feira a Presidente Prudente.
O carteiro aposentado começou sua preparação com caminhadas de 5 km. “Foi tudo por conta própria. Moro no Jardim Santa Eliza. De lá eu comecei indo até o balneário da Amizade”. Depois de pegar ritmo por cerca de oito meses, ele conta que passou a caminhar entre 30 a 40 quilômetros. “Eu ia até depois o resort Campo Belo, em Álvares Machado, e voltava”, pontua.
Foto: Cedida
Aos 62 anos, o aposentado Joaquim Vasconcelos chegou, nesta quarta, ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
