Vinte e cinco mandados de buscas domiciliares foram cumpridos nesta sexta-feira, em sete cidades do oeste paulista, pela Operação Recon. A ação, deflagrada pela Polícia Civil, através da 1ª DIG (Delegacia de Investigações Gerais), com o apoio da Unidade de Inteligência do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPE (Ministério Público Estadual) e da Polícia Penal, se trata de uma ofensiva coordenada que frustrou um plano de atentado contra autoridades públicas da região: o promotor do Gaeco, Lincoln Gakiya, e o chefe da Croeste (Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado), Roberto Medina.
Segundo a Polícia Civil, as investigações conduzias pela 1ª DIG “revelaram a existência de uma célula do crime organizado estruturada de forma compartimentada e altamente disciplinada, incumbida de realizar levantamentos detalhados da rotina de autoridades públicas e de seus familiares, com a clara finalidade de preparar atentados contra esses alvos previamente selecionados”.
Durante a operação, dois homens foram presos em flagrante por tráfico de drogas e colocados à disposição da Justiça para audiência de custódia. Conforme o delegado da 1ª DIG/Deic-8, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, os materiais apreendidos nas buscas, entre eles, diversos equipamento eletrônicos que pudessem conter informações, objetos de interesse da investigação, servirão para identificar para quem as informações sobre as rotinas das autoridades, levantadas pelos investigados, foram repassadas.
Também foram apreendidos 4,3 quilos de drogas, petrechos utilizados para o comércio de entorpecentes, uma motoneta, uma moto, um Fiat/Palio e uma camionete, além de um simulacro de arma de fogo e 30 munições calibre .380; aproximadamente R$ 7,6 mil, celulares, notebook, computadores, tablets, e anotações diversas relacionadas com a investigação.
Conforme a apuração, os criminosos já haviam identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários das duas autoridades, “num plano meticuloso e audacioso que demonstrava o grau de periculosidade e ousadia da organização”. “A célula operava sob rígido esquema de compartimentação, no qual cada integrante desempenhava uma função específica, sem conhecer a totalidade do plano, o que dificultava a detecção da trama”, explica a Polícia Civil.
“A ação integrada entre os setores de inteligência da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e MPE foi fundamental para detectar e neutralizar o plano antes que fosse executado, impedindo que o crime organizado alcançasse seu objetivo”, destaca o Deinter-8, que reforça que a união de forças permitiu a identificação dos envolvidos na fase de reconhecimento e vigilância, bem como a apreensão de materiais e equipamentos que serão submetidos à perícia e que, em última análise, poderão levar à descoberta dos responsáveis pela etapa de execução do atentado.
As buscas
As buscas domiciliares foram realizadas nesta sexta-feira, nas cidades de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1) e os elementos de prova subsidiarão as próximas fases da investigação, voltadas à identificação de outros partícipes e ao mapeamento completo da cadeia de comando criminosa.
“A Operação Recon simboliza a efetividade da integração entre a Polícia Civil, a Polícia Penal, o MPE e a Polícia Militar, reafirmando o comprometimento do Estado de São Paulo com a defesa da ordem pública, da legalidade e da integridade das instituições e de seus representantes”, ressalta o Deinter-8. “Com inteligência, estratégia e ação coordenada, as instituições reafirmam que nenhuma ameaça contra a vida e a autoridade pública será tolerada”, finaliza o departamento.
Sem recuo
Em nota pública divulgada nesta sexta-feira, o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, se manifestou sobre a operação. “A Procuradoria-Geral de Justiça vem a público expressar seu irrestrito apoio a essas duas destacadas autoridades e a todas as demais que, por cumprirem seu dever funcional, se transformam em alvos do crime organizado”, destaca a manifestação.
“Graças à atuação integrada do MPE, da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, o tentame não se consumou. A população pode ficar tranquila. As instituições continuarão desempenhando o seu papel constitucional: defender a sociedade e combater os que vivem à margem da lei!”, ressaltou Paulo Sergio. “Diferentemente do que possam suspeitar os autores do plano frustrado, esse acontecimento não intimidará nenhum dos valorosos membros do MPE, que têm como marca a coragem e a altivez. Pelo contrário. Atuaremos com mais energia ainda. Como afirmei em outra ocasião, não recuaremos sequer um centímetro. Repito: sequer um centímetro!”, concluiu o procurador-geral.
Deinter-8
Durante cumprimento de buscas, três homens foram presos em flagrante por tráfico de drogas