É “praticamente” impossível que ocorram em Presidente Prudente e região tremores como os que foram sentidos, ontem, em Sorocaba, e afetou parte do litoral de São Paulo, classificado como um terremoto de 4 graus de magnitude. “Nada é impossível de ocorrer na natureza, seja do ponto de vista geológico ou climático. Contudo, é muito difícil grandes terremotos no território brasileiro, principalmente para nós em Prudente e região”, expõe o professor de Geomorfologia das turmas de Geografia e Engenharia Ambiental da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Prudente, João Osvaldo Rodrigues Nunes, 58 anos.
Ele explica que esses tremores são fenômenos naturais, não há nada de excepcionalidade. Seria se fosse um terremoto de grandes proporções, que nas escalas chegam até 10º. Segundo o docente, em relação a esse fato ocorrido, são sismos normais. E destaca que se pegarmos um mapa da superfície da terra, observaremos que todos os continentes estão sobre placas tectônicas. E o tectonismo significa movimento, atividade. “E as placas que estamos, como a sul-americana, se movimenta no sentido leste para oeste. Não percebemos no dia a dia, mas ela ocorre, dependendo da região, hora mais hora menos, em torno de alguns centímetros. Essa movimentação ativa as falhas geológicas, que podem estar próximas à superfície ou em profundidades”, denota.
O professor menciona que essas falhas são fraturas que ocorrem nas rochas durante milhões de anos. E em um deslocamento é como se elas deslizassem horizontal ou verticalmente. Por isso, tecnicamente, chamam de falhas normais, inclinadas ou transformantes. “O que acontece, por exemplo, na região de San Andreas, nos Estados Unidos, onde costumeiramente os americanos fazem filmes dos terremotos. No nosso caso, toda placa tectônica é razoavelmente em parte estável”, destaca.
E por isso o professor acentua que raramente ocorrem terremotos de dimensões enormes como de 7, 8, 9 graus no território brasileiro. Mas como ele explicou anteriormente, frisa que esses deslocamentos da placa sul-americana, por exemplo, liberam geração de energia que movimentam as falhas geológicas e chegam à superfície causando esses pequenos sismos. “Logo, quando ocorrem esses pequenos movimentos, os epicentros podem estar no Brasil, mas geralmente a maioria deles serão observados na região dos Andes ou numa grande cordilheira de montanhas que existe no meio do Oceano Atlântico, que chamamos de Cordilheira Mesoceânica”, conclui o professor da FCT/Unesp, campus de Prudente.