Arsesp autoriza reajuste e contas de água ficam 8,44% mais caras

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 13/04/2016
Horário 10:24
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou o reajuste anual dos valores das tarifas para água e esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A medida foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado e estabeleceu um acréscimo de 8,44% nas contas, válido a partir do mês de maio.

Jornal O Imparcial Em maio, novas tarifas de água vão impactar em lava-jato

Segundo justificativa da Arsesp, a correção corresponde à inflação anual medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado dos últimos 12 meses, que atingiu 9,39%. Ainda de acordo com a agência reguladora, no caso da tarifa residencial social, por exemplo, o valor do fornecimento de até 10 m³ de água passa de R$ 7 para R$ 7,59 por mês. Enquanto isso, o mesmo fornecimento de água (até 10 m³ mensais) para tarifa residencial normal passa de R$ 20,64 para R$ 22,38 por mês. Ambos os valores serão aplicáveis também ao serviço de esgoto.

Conforme a Sabesp, o reajuste ocorre proporcionalmente a partir da vigência das novas tarifas, de acordo com o cronograma de emissão das faturas. Ou seja, "se houver consumo de um dia com a nova tarifa, a conta será composta por um dia de consumo com a nova tarifa e os demais com o preço antigo". Além disso, o acréscimo também se aplica aos municípios para os quais a empresa fornece água no atacado e presta serviços de tratamento de esgotos.

A reportagem tentou repercutir com a Sabesp a quantidade de consumidores, bem como os municípios que serão atingidos pelo reajuste na região de Presidente Prudente, contudo, a concessionária não respondeu ao questionamento. Conforme apurado por meio do site da companhia, pelo menos 35 cidades da região devem ser impactadas com o aumento.

 

Cenário desfavorável


Na outra ponta da torneira, onde estão os consumidores, o reajuste de 8,44% é recebido como um agravante para uma crise financeira sem precedentes. Sobretudo nos setores industrial e comercial, onde o consumo do líquido se faz ainda mais necessário. Mesmo com três poços artesianos nas dependências do Curtume Touro, o diretor Fernando Carballal diz que o acréscimo deverá refletir na empresa. "Não fico muito prejudicado, pois a maioria da água que eu gasto vem de poço artesiano. Ainda assim, recebo o fornecimento da Sabesp na parte do consumo humano na empresa, então, neste sentido deve aumentar", afirma o diretor.

Outro que tem um suporte de um poço artesiano é o proprietário do Centro de Embelezamento Automotivo JK, Fedelis Felix. Ainda assim, a conta de água do local fica em média R$ 500 por mês, conforme o dono. Agora, com o reajuste, Fedelis diz que a saída é enxugar ainda mais os lucros, já que considera difícil repassar os gastos aos clientes. "Fica muito difícil, pois a gente não consegue repassar o reajuste para o consumidor final. Nossa lavagem média custa R$ 40 há mais de três anos, se repassar o custo, os clientes reclamam e preferem não lavar o carro", comenta.

 

Saída de emergência

Em outro lava-jato de Prudente, o Phoenix, o proprietário Elton Costa diz que também não pretende repassar o valor do reajuste aos clientes. "A situação está cada dia mais difícil. Estamos trabalhando com a margem de lucro reduzida, para não perder clientes", relata. Entretanto, para tentar reduzir os gastos, o comerciante estuda implantar um sistema de captação da água da chuva em seu estabelecimento. "Estou pensando em instalar uma cisterna para captação da água da chuva, mas isso demanda um investimento considerável. Então, depende de um estudo de viabilidade", considera Elton Costa.
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