Artista plástico pinta centenário de Prudente

Ele está preparando um riquíssimo acervo a partir da divisão dos 100 anos em dez décadas: da roça, o período do café, lá em 1917 até a atualidade

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 08/12/2016
Horário 09:30
 

Em comemoração ao centenário de Presidente Prudente, o artista plástico Cido Oliveira dá o pontapé às homenagens e prepara um riquíssimo acervo que certamente entrará para a história do município. Ele dividiu esses 100 anos em dez décadas, pintando-as no mesmo número e telas. Segundo ele da roça até a atualidade.

A primeira obra traz um cenário incrível do período forte do café, lá em 1917, denominada "Colheita de Café". Nela estão retratados trabalhadores na labuta e ao lado o coronel Marcondes. Sua imagem em cores nasceu a partir da reprodução de uma foto do pioneiro.

Jornal O Imparcial Projeto do artista homenageando o centenário de Prudente promete marcar história

A segunda tela traz o Matadouro no ano de 1927. E a terceira as Indústrias Matarazzo, entre as primeiras grandes referências comerciais e industriais não só da cidade, mas, da região, quando a principal atividade agrícola e fonte de recursos deixa de ser o café e passa a ser o algodão. Estas três já estão prontas. A quarta estará reproduzindo a beleza singular da Chaminé da Sanbra; a quinta a Praça Nove de Julho; a sexta a Estação Ferroviária. "A foto qual tirei a estação é simplesmente incrível! Nela mostram os  carroceiros que ali tinham seu ponto. Confesso que enquanto artista, olhando essas três telas que já pintei, entro na história e me pergunto: nossa, só agora eu resolvi estudar a história de Prudente? Observando toda essa evolução me dá até certa tristeza, tamanha beleza daquela época!", exclama o artista.

Segundo Cido Oliveira, ele nunca parou para observar esses detalhes históricos e hoje trabalhando esse projeto, estudando toda a história, entende o quão importante está e será para sua vida profissional, e, também para as pessoas que, ao chegarem à exposição, poderão viajar ao passado, ao começo de tudo em cada uma das telas ali à mostra.

Dano sequência, a sétima tela evidenciará o Museu e Arquivo Histórico Prefeito Antonio Sandoval Netto; a nona é o IBC Centro de Eventos, e a última o prédio da Prefeitura e a cidade vista do alto, uma imagem belíssima que ele diz não saber quem fez a foto qual buscou na internet, como a maioria das outras.

"Já pensou que tragédia, se tivessem derrubado aquela chaminé? Assisti a alguns filmes antigos da cidade que mostram que ali eram as indústrias de força e luz do Coronel Marcondes. Ao fundo, lá está ela majestosa. Aí, você chegar lá hoje e poder contempla-la, é maravilhoso!", exclama o pintor.

 

Um "Q" a mais!

O artista plástico não se contentou em elaborar um projeto apenas com seu dom de pintar, usando cores, pincéis, espátulas e muito amor. Ele se preocupou em registrar isso em forma de um livro ilustrado das obras para complementar a mostra. "Como tenho estuado a cada nova criação pensei que algumas pessoas põem não ter acesso a exposição em um mesmo local então o livro poderá contribuir para estes", expõe o pintor.

 

Desenvolvimento

A ideia desse projeto surgiu, conforme o artista, há dois anos, mas não tinha ideia do que fazer. Até que em visita ao diretor deste diário, Deodato da Silva, este sugeriu que fizesse essa divisão cronológica em décadas, pintando cada uma referente ao período.

Segundo Cido outro colaborador importante neste projeto é o jornalista Altino Correia que tem contribuído com sua sabedoria e experiência de vida.

"Prudente vai ficar marcada com este trabalho, assim como outros artistas já produziram e devem estar fazendo cada um na sua área, retratar a cidade é incrível. O fotógrafo Marcos Sanches, por exemplo, fez uma exposição de fotos mostrando em uma o antes e as deles como estão alguns locais da cidade. Eu ainda não tinha essa ideia porque, se já tivesse, deveria certamente ter pego algumas fotos dele para colocar na tela. Tenho certeza que resultariam em um material fabuloso", destaca.

 

Atração pelo passado

Cido Oliveira diz que gosta de reviver o passado, momentos antigos em seus trabalhos. Como foi com a exposição "Luzes de Paris", por exemplo, que são todas de 1890/1910, lá de traz pois faz uma viagem.

Ele salienta que não gosta de pinta-la como é hoje. "Quando estou pintando, parece que estou entre aqueles personagens. É algo inexplicável. Uma amiga fez uma viagem para lá no mês retrasado e me pediu para mandar os nomes das ruas que pintei para que ela fosse até os locais para tentar reviver, sentir o que eu senti. Fazer um trabalho desses é passear no tempo, na história. Acontece naturalmente um estudo", frisa.

 
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