Levantamento fornecido pelo Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado) aponta crescimento no número de mulheres microempreendedoras individuais na região de Presidente Prudente. Enquanto que em fevereiro do ano passado havia 5.778 cadastradas no sistema, atualmente, o número aumentou para 7.047, ou seja, 1.269 a mais; um crescimento aproximado de 21,96% no período.
O aumento é uma tendência observada há alguns anos e que deve permanecer no mesmo ritmo de crescimento. Vivian Veiga Batista, gestora de negócios do Sebrae-SP em Prudente, analisa que, hoje, existe quase que um equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho. “As mulheres são mais preocupadas, gostam de se planejar, tem todo esse lado de buscar informação”, expõe. “Na região, o público feminino, de um modo geral, é muito mais preparado para o empreendedorismo”.
A gestora lembra que a pandemia pode ser um fator essencial para o cenário, o que entra na questão do empreender por necessidade. “Muitas perderam o emprego e se viram obrigadas a empreender. Então, a mulher que gosta de cozinhar, começa a fazer algo para vender, pega aptidão e transforma isso em empreendedorismo”, explica. Conforme Vivian, a necessidade surge por diversos motivos, seja pelo desemprego, ou porque se tornaram chefes de família, ou porque buscam complementar a renda do marido.
“Empreender por necessidade é ruim, porque elas não fazem planejamento, e é aí que o Sebrae entra para que possamos ajudá-las a se planejar”, considera Vivian. A gestora explica que, após a tomada da decisão, existem etapas a serem seguidas. “No primeiro momento, iniciam por necessidade, e depois transformam isso em uma real oportunidade”.
O Sebrae-SP oferece programas que levam a esse crescimento, focado somente para mulheres. De acordo com a representante, o programa “Sebrae DELAS” é voltado para aquelas que já têm empresa constituída; e o “Mil Mulheres” trabalha com público feminino em situação de vulnerabilidade, que poderá despertar o lado empreendedor das participantes. “Junto disso, existem vários produtos para esse público, que são cursos que desenvolvem nela o lado empreendedor, como parte técnica voltada à beleza, alimentação. Às vezes, nem sabe que tem o dom e consegue trazer isso à tona”, explica.
“Elas se sentem muito à vontade, porque trabalhamos empoderamento feminino, gestão de empresa, gestão da vida familiar, numa linguagem totalmente voltada a esse público”.
SAIBA MAIS
Segundo o balanço do Sebrae, de 12.432 microempreendedores individuais cadastrados em fevereiro do ano passado, 6.654 foram homens e 5.778 mulheres. Em fevereiro deste ano, de 15.010, 7.963 são homens e 7.047 são mulheres.
