Aumento da miséria revela necessidade de campanhas de combate à fome

EDITORIAL -

Data 12/05/2021
Horário 04:15

A crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus e, consequentemente, a falta de auxílios financeiros dignos para a população mais carente ameaçam diretamente a segurança alimentar no país. Dados de um estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP (Universidade de São Paulo) projetam que 61,1 milhões de pessoas vivam abaixo da linha de pobreza em 2021. Até 2019, eram 51,9 milhões de brasileiros nessa condição. Isso significa que haverá 9,1 milhões de pobres a mais do que antes da chegada do coronavírus ao país. Na extrema pobreza, a estimativa é de 19,3 milhões, ao passo que, em 2019, eram 13,9 milhões. Os números revelam, portanto que, em dois anos, mais 5,4 milhões de habitantes farão parte deste grupo.
São consideradas pobres as pessoas que vivem com uma renda mensal por pessoa inferior a R$ 469, enquanto os extremamente pobres são aqueles que recebem menos de R$ 162 mensais.
Tendo em vista o avanço da miséria pelo país, são diversas as instituições públicas, privadas e sem fins lucrativos que passaram a promover campanhas visando o combate emergencial à fome. Em diferentes pontos da cidade, até mesmo em salas de vacinação, é possível encontrar uma caixa para a doação de alimentos. A situação não é injustificável e os dados citados não deixam mentir: se não existir uma mobilização geral para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social, haverá inúmeras mesas vazias.
A situação econômica do país já deixa marcas em lares de todo o país, no entanto, as famílias que ainda possuem condições de comprar um pouco a mais podem fazer a diferença na vida daquelas onde a falta se tornou mais constante. Graças a este aumento nas campanhas de arrecadação, as entidades poderão receber doações que beneficiarão as famílias atendidas nesses locais e, com isso, permitir que pais, mães e filhos tenham o seu alimento garantido.
Não desviamos a atenção do papel do Estado, mas, como se sabe, nem sempre as políticas públicas alcançam quem precisa a contento. É nessas horas que o espírito solidário da coletividade pode contribuir para preencher o vazio onde esse mesmo Estado se mostra omisso. Aos interessados, se informem sobre a campanha que mais lhe agrada e pratiquem o seu gesto de solidariedade. Num momento de tantas privações, cada ato conta positivamente para transformar o dia de alguém!
 

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