Onze bailarinos do Espaço Corpo Que Dança de Presidente Prudente estão de malas prontas para uma viagem inédita da "dança" da cidade. Do dia 20 a 23 de janeiro, eles simplesmente estarão brilhando em solo italiano, como um dos representantes do Brasil no Festival Livorno In Danza, em Livorno. Além do Brasil, participarão desse importante evento que revela a arte pelo corpo que fala por si só em cada movimento cerca de mil bailarinos, de 50 grupos convidados da própria Italia, Russia, Grécia, Espanha, Ucrania, Roma, França e Malta.

Bailarinos enquanto ensaiam uma das danças a serem apresentadas, a "Nossa Pele"

O grupo embarca para a Itália na terça-feira. De acordo com o bailarino, coreógrafo e professor Emerson Euzébio, diretor da companhia de dança prudentina, que foi presenteado com a carta convite para a participação, além das apresentações no Teatro Goldoni, nessa tour, o grupo participará de cursos e audições em "la terra nostra". "Isso é um fato inédito para a dança de nossa cidade! Ter um grupo representando o nosso país em um festival internacional de dança! Um convite vindo de um dos mais expoentes festivais de dança de toda a Europa, qual reúne os melhores grupos e coreógrafos representativos de todo território nacional...", exalta extasiado, tomado por imensa alegria, o diretor  e bailarino prudentino.

Segundo o coreógrafo, além de ser uma honra e realização, esse acontecimento é um momento histórico na cultura da cidade que muitas vezes é referenciada com certo deboche por muitos, como por exemplo: "Presidente Prudente? Onde fica isso? Ah, lá no fim do mundo... Ou: lá onde o Judas perdeu as botas"...

"Enfim, como já dito, somos o primeiro grupo de dança prudentino que intercambiará e registrará nossa arte em um festival internacional, sendo um dos representantes do Brasil! Olha só, nos aqui do fim do mundo . É significativo demais, em apontar nossa dança com qualidade e maturidade, proporcionando experiência e crescimento que será difundido aqui, a partir dessa vivência", destaca emocionado o coreógrafo que recorda que foram descobertos no Festival Passo de Arte em Indaiatuba, por um olheiro que após a apresentação foi até ele e disse que o grupo tinha o perfil para o festival italiano!

 

No palco

Os bailarinos, Emerson Euzébio, Kennedy Wagner, Karolayne Ignacio, Mariana Oliveira, Anna Beatriz Alvim, Eliane Klienchen, Rebeca Tedeschi, Rute Alessi, Tathiane Gutierre e Rejane e Lara Martinez, mãe e filha, respectivamente, unidas pelo laço maternal e o amor à arte apresentarão quatro trabalhos, sendo um inédito, que estreará na bela Itália!

Tem um balé clássico de repertório, "Carnaval em Veneza", com o Kennedy que faz também um solo livre chamado "Paisagem". Depois uma partitura feminina, que foi um trabalho selecionado no Festival Passo de Arte em Indaiatuba, que estreou em Ourinhos, no ano passado e "Nossa pele" onde Emerson diz que estão levando nessa coreografia toda a brasilidade, através da dança afro, do axé...

 

Emoção

Além da atualização os bailarinos ainda participam de uma convenção coletiva, onde poderão intercambiar experiências com críticos e todos os participantes do evento. É o que expõe irradiante o jovem bailarino Kennedy, bailarino a cerca de quatro a cinco anos. "Para mim é um momento mágico sabe? Muito importante mesmo, principalmente, para quem quer seguir carreira na dança, que é o meu caso. É uma oportunidade e tanta. E estar representado nosso país, nossa cultura, é um prazer difícil até de explicar em palavras!", exclama o jovem de 17 anos.

 

Mais que sonho!

É dessa maneira que a bailarina Rejane começa a falar sobre essa experiência. Segundo ela a emoção já veio no momento do convite do professor Emerson, para que ela e a filha Lara fizessem como pessoa, bailarinas, amantes da arte para participarem de um concurso onde eles foram vistos. Ela entende isso como o reconhecimento de tanto esforço. São roxos nos ombros, bolhas nos pés, unhas descoladas, dores, muito empenho e dedicação. Mas, é o que amam fazer. O que lhes dá prazer.

"E quando temos esse reconhecimento temos a certeza de que tudo valeu a pena. E o fato de estarmos, eu e a Lara, que somos de outra escola é maravilhoso. Acho que é assim que temos que trabalhar, com parcerias e não concorrência. Esse festival será uma vitrine para nossa escola, nossos alunos. Estarei ali representando minha cidade, meu Estado, meu país", exalta a bailarina.

Feliz demais, Rejane comenta que na Itália farão cursos, master class, a Lara fará três audições para bolsas internacionais. "Essa é uma oportunidade que o Emerson nos deu e agarramos. Olha, no meu caso uma realização pessoal e profissional, porque estou com 41 anos e não sei se teria outra oportunidade dessas", emociona-se Rejane.