Balcão de Empregos registra 58 mil atendimentos

De acordo com órgão, “muitos candidatos possuem perfil e experiência esperados, mas não têm escolaridade exigida”

PRUDENTE - André Esteves

Data 27/07/2017
Horário 12:04

Em Presidente Prudente, a falta de qualificação profissional ainda é o maior empecilho para a colocação no mercado de trabalho. No primeiro semestre deste ano, mais de 58 mil atendimentos foram realizados no Balcão de Empregos da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), os quais resultaram em uma contratação de 977 pessoas por intermédio do departamento. O número corresponde a um aumento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 955 admissões.

Embora a repartição enfatize que o número de vagas sofreu uma retração nos últimos anos, elas não deixaram de existir. Por dia, são anunciadas, em média, 320 vagas. Ainda nos seis primeiros meses do ano, 58.082 atendimentos foram efetuados na unidade, 2,1% a menos do que no mesmo intervalo de tempo de 2016, com 59.362. Neste ínterim, os setores que menos empregaram foram os de frigoríficos, lojas e construção civil, ao passo que os que mais empregaram foram mercados, curtumes e área de vendas.

De acordo com a coordenadora do balcão, Edileusa Alves Palin, o local oferece oportunidades de emprego para todos os níveis de escolaridade, no entanto, grande parte das empresas requer ensino médio completo na hora de contratar. “Muitas vezes, o candidato tem o perfil e a experiência que a vaga exige, mas não tem a escolaridade. E nesse caso, não podemos mandar currículo que não cumpra os requisitos apresentados”, argumenta. A representante aponta que até mesmo os jovens são afetados por conta disso, tendo em vista que muitos procuram o local sem ensino fundamental completo. “O grau de escolaridade não deve ser barreira para esse público, considerando que ainda estão na idade para fazer um supletivo. Inclusive, para aqueles que dão abertura, orientamos que deem continuidade aos estudos”, expõe.

Quanto ao perfil mais contratado, Edileusa estabelece que os homens ainda são a maioria na hora de conseguir um posto de trabalho, enquanto a idade varia até 40 anos. Acima disso, as chances se tornam cada vez menores. “Já chegamos a receber um interessado com 74 anos, mas, infelizmente, não existe mercado para pessoas dessa faixa etária”, comenta. Fazendo uma análise do número de contratações efetivadas nos primeiros semestres de 2016 e 2017, Edileusa pondera que, apesar de se tratar de uma elevação pequena, o número traz otimismo para o setor. “Ontem [dia 11 de julho], saíram oito vagas, mas hoje [dia 12 de julho] já entraram outras sete. Isso quer dizer que a nossa lista está em movimento, o que nos dá esperança”, pontua.

 

Sert

Também no primeiro semestre deste ano, o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Sert (Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho) encaminhou 140 pessoas para o mercado de trabalho, ao passo que no mesmo intervalo de tempo de 2016, foram 88. Isso significa que, de um semestre para o outro, o número de admissões por meio do serviço cresceu 59%. Já a quantidade de inscritos no sistema saltou de 882 em 2016 para 945 em 2017, correspondente a um aumento de 7,14%. Conforme a pasta estadual, os setores com maior destaque na contratação de pessoas foram os de comércio e serviços.

 

Na fila

A busca por um mercado mais estável trouxe Solange Cristina dos Santos Eugênio, 39 anos, Wagner Aparecido Marcondes, 27 anos, e Lucas Alves Barbosa, 22 anos, para Prudente. Entretanto, as expectativas ainda não foram supridas. De Andradina, Solange procura um emprego há três meses, mas até o momento não encontrou nada. “Apesar disso, continuo confiante”, afirma. Já Wagner veio de Pirangueiras (SP) e entrega currículos há seis meses. Ele conta que já chegou a ser chamado para entrevistas, porém, a falta de experiência o atrapalhou. “Estou no aguardo. Enquanto isso, meus pais me ajudam com um pouco de dinheiro”, relata. Há cinco meses na busca, o mineiro Lucas, por sua vez, recorre aos “bicos” para pagar as despesas. “Já perdi as contas de quantos currículos entreguei, mas ainda não perdi a esperança”, considera.

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