Em 20 anos, o BPP (Banco do Povo Paulista) realizou 29.169 operações na 10ª RA (Região Administrativa), que resultaram na liberação de R$ 130.884.483,28. A unidade de Presidente Prudente foi implantada em 1998, a primeira no Estado de São Paulo, desde então oferece financiamentos para empreendedores formais ou informais, bem como associações e cooperativas produtivas ou de trabalho, visando capital de giro e investimento fixo.
Com uma taxa de juros de 0,35% ao mês, a menor do mercado, os empréstimos no BPP são bastante procurados. Nesse sentido, em 2017, foram firmados 2.161 contratos que equivalem ao montante de R$ 14.798.231,28. A quantia representa um aumento de 26,03%, se comparado ao ano anterior, quando foram emprestados R$ 11.741.058,03, em 1.812 contratos.
A porcentagem representa uma recuperação para o Marcos Wolff, coordenador de Políticas de Empreendedorismo e diretor-executivo do BPP, pois nos anos de 2015 e 2016 os acordos fechados tiveram uma queda significativa. Explana que, na época, a situação econômica do país levou muitos a ficarem inadimplentes ou com receio de realizarem transações econômicas. Pontua que a leve melhora ocorreu em todo o Estado e, assim, o objetivo para 2018 é chegar a R$ 200 milhões nos empréstimos.
“Tivemos um resultado bom na região. Agora, estamos com um novo sistema, operando desde o dia 2, a partir de uma parceria com a Agência de Desenvolvimento Paulista. Ele facilita o atendimento dos agentes de crédito e do cidadão, então, esperamos aumentar as operações ainda mais”, complementa. De acordo com o coordenador, não é possível estipular uma meta para a região, em específico, pois depende de quanto será investido por cada municipalidade. “É uma parceria, em que o Estado arca com 90% dos recursos e o restante é do município”.
Uma barreira é o próprio trabalhador não se enxergar como uma atividade lucrativa. As pessoas não podem ficar presas apenas à visão de pequeno empreendedor
Marcos Wolff,
diretor-executivo do BPP
Público
Por meio dessa parceria, o BPP contribui com o desenvolvimento do município, que é o objetivo principal do programa, tendo em vista que colabora com as conquistas e evolução de cada um. Segundo Marcos, a maioria dos pedidos de empréstimos é de pessoas que já possuem um negócio, na maior parte voltada ao setor de comércio, visando à compra de equipamentos ou matéria-prima para melhorar a produção. Com isso, o coordenador destaca que não é preciso estar formalizado para solicitar o crédito.
“Uma barreira é o próprio trabalhador não se enxergar como uma atividade lucrativa. As pessoas não podem ficar presas apenas à visão de pequeno empreendedor. Às vezes, essa quantia é a maneira de se formalizar”, pontua.
Facilidades
O BPP atende sem exigir garantias, apenas um avalista e os valores ofertados variam de R$ 200 a R$ 20 mil. Já o parcelamento depende da linha de crédito solicitada, que pode chegar até 36 meses. Dessa forma, o risco de descumprimento dos contratos acaba sendo maior que os bancos comerciais. Com relação ao número de inadimplentes na região, a Assessoria de Imprensa da Sert (Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho), responsável pelo BPP, informou que o índice é de 1,24% da carteira ativa. O valor está abaixo da média para o Estado, que é de 1,62%.
“É um dinheiro facilitado, então, nesses últimos dois anos, tivemos um cuidado maior com a questão de inadimplência e em manter a carteira saudável. De qualquer forma, as pessoas podem procurar o banco para negociar a dívida”, finaliza.
Caso haja atraso de 90 a 180 dias no pagamento de alguma parcela, o responsável recebe uma notificação e pode ter o nome inserido no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), no Serasa e no Cadin Estadual (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais).