Belém é boa de visitar durante todo o ano

Famosa pelo Círio de Nazaréh, a cidade com 1,6 milhão de habitantes é hospitaleira e tem uma beleza única

TURISMO - DA REDAÇÃO

Data 03/11/2019
Horário 04:05
Heitor Real - Estação das Docas, complexo turístico de 32 mil m², construído nos antigos galpões do porto de Belém
Heitor Real - Estação das Docas, complexo turístico de 32 mil m², construído nos antigos galpões do porto de Belém

No início da década de 70, em Belém do Pará, ao sair extenuado do gramado, no intervalo de um jogo contra uma equipe local, disputada sob um sol arrasador de 44ºC, o centroavante Claudiomiro, do Inter de Porto Alegre, foi abordado ao vivo por um repórter gaúcho: “Como tu estás te sentindo?”. O atacante colorado respondeu: “Estou muito emocionado de jogar onde Jesus Cristo nasceu!”.

Conhecido pela sua falta de cultura e alvo de brincadeiras dos outros jogadores, Claudiomiro é também o verdadeiro autor da célebre explicação para a perda de um gol fácil: “a bola veio em curva, eu não sabia se ia, se não ia, acabei não fondo e perdi o gol”.

Folclores à parte, Belém do Pará, onde Jesus Cristo, é claro, não nasceu, é uma excelente dica de viagem para todas as épocas do ano, especialmente para este período que vai do Natal ao aniversário de 395 anos da cidade, no dia 12 de janeiro, passando pelos festejos de réveillon. Outro período fantástico é o mês de outubro: no segundo domingo do mês, acontece, desde 1793, o Círio de Nazaré, procissão com dois milhões de fiéis, a maior do país.

Há muito para se fazer na cidade, mas nossa principal sugestão não passa pelos lugares, mas pelos sentidos e comportamento: esqueça o turismo tradicional, não busque atrações feitas para “turista ver”. Deixe-se levar pelos aromas, cores e sabores da cidade. Deixar-se encantar pelas generosas mangueiras que se espalham pelas ruas e avenidas: cerca de 20 mil. Como não registrar para sempre o momento da chuva das 17h - que cai, sim, pontualmente quase todos os dias! Todo mundo corre para se abrigar debaixo das marquises dos prédios. Quando a chuva passa, o movimento é no sentido contrário: há muitas vezes uma correria desbaratada de volta para as ruas, já que todos querem pegar as mangas que a chuva ajudou a derrubar. A “chuva” de mangas é tanta que as seguradoras incluem no seguro os eventuais danos causados pelas frutas.

O encanto vem também pelas pessoas, já que é a gente da terra, com seu jeito, sua cultura e seus costumes, que tornam Belém inigualável. Com cerca de 1,7 milhões de habitantes, a cidade tem em sua formação influências indígena, negra, latina e europeia. Preste atenção na linguagem, repleta de expressões diferentes para quem é de outras regiões do país. Se alguém chamar você de “Pai-d’égua”, não parta para a briga nem se ofenda. É um elogio. Significa que você é uma boa pessoa. Se uma comida é pai-d’égua é uma boa dica de que você deve prová-la.

Para conhecer Belém, é só colocar roupas bem leves, tênis ou chinelos, boné, óculos de sol e, claro, muito protetor solar e sair para descobrir os encantos de uma das mais fascinantes e autênticas cidades do país.

Claudiomiro até que tinha razão em se sentir comovido. Cristo não nasceu em Belém do Pará. Mas a cidade é divina!

Ainda existem lugares em voos e hotéis para o aniversário da cidade. Corra e ligue para se informar. Até porque será muito chato você dizer depois: “eu não sabia se ia, se não ia, acabei não fondo e perdi a viagem...”

 

Foto: Heitor Real

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