Em live realizada na tarde desta quinta-feira, o prefeito de Presidente Prudente, Nelson Roberto Bugalho (PSDB), anunciou que a administração municipal não acatará o pedido de intervenção na Prudente Urbano, feito pelos 12 vereadores da Câmara Municipal. O chefe do Executivo tem até amanhã, às 12h, para se manifestar a respeito do requerimento, aprovado durante a sessão ordinária de segunda-feira do Legislativo.
Em seu posicionamento, Bugalho afirmou que a Prefeitura tem cobrado e continuará cobrando da empresa que preste “um bom serviço” e que só recorrerá à intervenção caso seja “absolutamente necessário”. “Não queremos pais de famílias desempregados por conta de uma intervenção feita de forma abrupta ou equivocada. Temos que pensar não só neles, como também nos usuários e no futuro da cidade”, expôs.
Bugalho também enfatizou que não se valerá do procedimento para “fazer coisas erradas”. “Não usamos e nem usaremos o poder que a Prefeitura tem para fazer política que possa comprometer a cidade no futuro. Não vamos desvirtuar o uso da máquina pública para fazer política. Não vamos fazer isso”, reforçou.
Em nota, a Câmara comunicou que não recebeu resposta oficial do poder Executivo a respeito do requerimento. Entretanto, esclareceu que “o poder Legislativo analisará a decisão de quem tem o poder-dever de ser o gestor do contrato de concessão do serviço de transporte coletivo urbano do município”. “Caso a intervenção realmente não ocorra, está prevista uma reunião do Colégio de Líderes, juntamente com a mesa diretora, para as 14h desta sexta-feira, logo após ter se encerrado o prazo dado pela Câmara, para uma análise do instrumento político-administrativo a ser adotado”, informa.
"Não usamos e nem usaremos o poder que a Prefeitura tem para fazer política que possa comprometer a cidade no futuro"
Nelson Roberto Bugalho
Prefeito de Prudente
O PEDIDO
O requerimento do Legislativo sucedeu uma fiscalização efetuada pelos vereadores, que, segundo o documento, “percorreram linhas de ônibus e se depararam com veículos superlotados, com usuários sendo transportados em pé, sem higienização dos ônibus a cada viagem e sem disponibilização de álcool em gel, entre outras [irregularidades], e que foram notificadas, inclusive, ao MPE [Ministério Público Estadual]”.
A Câmara apontou que a possível intervenção não poderia ser inferior a 90 dias para apurar “a real situação” da Prudente Urbano, “inclusive quanto à sua capacidade econômica de permanecer à frente do sistema de transporte coletivo”. Caberia à administração municipal averiguar “contas, despesas, operacionalidade, parte contábil, cortes de funcionários, outro pedido judicial extraordinário de reajuste de tarifa, bem como o cumprimento de todas as cláusulas contratuais, entre outros pontos necessários à exatidão da real situação da empresa concessionária, bem como disponibilizar mais linhas para se fazer cumprir os decretos [relacionados às medidas de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e flexibilização das atividades econômicas] do Executivo municipal”.